EUA elogiam embargo da UE a petróleo iraniano e pressionam Teerã

EUA elogiam embargo da UE a petróleo iraniano e pressionam Teerã

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:11

A Casa Branca elogiou a União Europeia (UE) por proibir importações de petróleo iraniano para o bloco econômico de 27 países neste domingo e disse que Teerã tem a oportunidade, em negociações nesta semana, de realizar progresso em relação às preocupações internacionais com seu programa nuclear.

"Sanções petrolíferas sem precedentes entraram em vigor contra o Irã\", afirmou o secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, em comunicado neste domingo. \"Essas são as medidas mais duras que a UE adotou contra o Irã até agora. Elas sinalizam nossa clara determinação em intensificar a pressão diplomática pacífica contra o governo iraniano.\"

A medida da UE sobre a importações de petróleo é parte de uma campanha dos países do Ocidente com o objetivo de diminuir os ganhos do Irã com as exportações e tentar forçar o país a interromper seu programa nuclear. As nações ocidentais temem que o objetivo de tal programa seja desenvolver armas, mas o Irã nega.

"Os EUA aprovam a proibição da UE de qualquer importação de petróleo iraniano e de outras sanções sobre a indústria petrolífera do país, que passam a valer em sua totalidade a partir de hoje\", disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em nota.

"Essa decisão coletiva dos 27 países da UE representa um compromisso adicional significativo da parte de nossos aliados e parceiros europeus na busca por uma solução pacífica às preocupações da comunidade internacional a respeito do programa nuclear iraniano\", acrescentou.

Carney disse que a decisão da UE é uma \"parte essencial\" dos esforços diplomáticos em lidar com o Irã. \"O Irã tem uma oportunidade de buscar negociações significativas, começando com reuniões em nível de peritos nesta semana em Istambul, e deve dar passos concretos em direção a uma solução de grande escopo relativa às preocupações da comunidade internacional com as atividades nucleares do Irã\", disse.

O Irã, por sua vez, subestimou o embargo petrolífero e disse que está totalmente preparado para combater o impacto das sanções com um fundo de reserva de US$ 150 bilhões.

"Todas as opções possíveis foram planejadas no governo para combater as sanções, e estamos totalmente preparados com elas\", afirmou o ministro iraniano do Petróleo, Rostam Qasemi, em comentários no website do Ministério.

Ele disse que o petróleo iraniano ainda está sendo vendido nos mercados internacionais e os importadores serão os grandes perdedores se o bloqueio causar um aumento de preços. Os EUA também têm sanções em vigor contra o Irã, embora tenha poupado todos os 20 maiores compradores do petróleo iraniano de outras medidas no momento.

A UE proibiu novos contratos de importações do petróleo iraniano em janeiro, mas permitiu que os já em vigor continuassem até 1º de julho. O embargo também engloba o transporte do petróleo do Irã e a proteção aos que carregam o produto. Há sinais de que o embargo já está causando impacto na economia iraniana.

Efeitos na economia

As exportações de petróleo do país caíram 40% neste ano. Segundo estimativas da UE, o petróleo representa cerca de 80% das receitas com exportações do país e metade da renda da nação. O Irã costumava exportar 20% de seu produto para países da UE.

A inflação no Irã está na casa dos 20%. Dezenas de milhares de iranianos perderam o emprego, e o comércio entre Irã e Europa caiu pela metade em um ano, de acordo com dados de março da Eurostat.

O presidente do banco central do Irã afirmou que o país possui US$ 150 bilhões em reservas internacionais para se proteger das sanções. \"Estamos implementando programas para combater as sanções e vamos confrontar essas políticas maldosas\", afirmou Mahmoud Bahmani à agência de notícias Mehr.

Nas três rodadas de negociações, as potências do Ocidente exigiram que Teerã interrompa suas atividades de enriquecimento de urânio, transporte todo o produto para fora do país e feche uma importante usina que usa para a produção.

*Com Reuters


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