Israel anunciou no início da madrugada desta terça-feira (5) a retirada de suas tropas da cidade de Gaza para posições defensivas. O anúncio foi feito 15 minutos antes do cessar-fogo de 3 dias proposto pelo Egito e aceito por israelenses e as facções palestinas, incluindo o Hamas, entrar em vigor, informam as agências internacionais de notícias France Presse (AFP), Reuters e BBC, além da rede americana "CNN".
"As forças de defesa de Israel serão redistribuídas em posições defensivas fora da Faixa de Gaza. Vamos manter essas posições defensivas", disse o tenente-coronel e porta-voz do Exército Peter Lerner.
Isarael e o Hamas aceitaram na segunda-feira (4) a proposta do Egito de trégua de pelo menos três dias.
O Egito também convidou Israel e os palestinos a comparecerem a negociações de alto escalão no Cairo, com o objetivo de obter um acordo de longo prazo para encerrar a guerra, que já deixou quase 2 mil mortos. “Esperamos que isso garanta um cessar-fogo permanente e restabeleça a estabilidade”, declarou o Ministério das Relações Exteriores egípcio em um comunicado.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, celebrou a trégua de 72 horas acatada nesta segunda e pediu as duas partes que iniciem negociações para acabar com o conflito.
Em um comunicado, Ban solicitou "o início, o mais cedo possível, de negociações no Cairo para se alcançar uma trégua durável e tratar dos problemas que estão na origem" do conflito. "As Nações Unidas estão prontas para dar seu pleno apoio a estes esforços", destacou o secretário-geral.
Autoridades de Gaza disseram que 1.834 palestinos, a maioria civis, foram mortos no conflito. Israel confirmou que 64 de seus soldados morreram em combate, e os bombardeios palestinos mataram três civis em Israel.
Grupos palestinos, incluindo enviados do Hamas e da Jihad Islâmica, já estavam na capital egípcia, onde encontraram o chefe da inteligência do país nesta segunda para apresentar suas principais exigências para pôr fim à violência, que já deslocou mais de um quarto dos 1,8 milhão de habitantes de Gaza e destruiu 3 mil residências.
Imediatamente após a reunião, o Egito comunicou as demandas a Israel, entre elas um cessar-fogo, a retirada de forças israelenses de Gaza, o fim do bloqueio do empobrecido enclave e a libertação de alguns prisioneiros.
Israel começou a desacelerar sua ofensiva dizendo que o Exército alcançou o principal objetivo da operação terrestre: a destruição dos túneis usados pelos militantes para se infiltrar em seu território.
O Egito já se posicionou como mediador em outros conflitos em Gaza, mas, como Israel, se opõe ao Hamas, e tem se empenhado em fechar um acordo que ponha fim aos conflitos.
Já o Catar, que apoia o Hamas, ficou de fora das conversas egípcias, mas manteve consultas com a Turquia e com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, com o propósito de encerrar a crise caso o Egito fracasse, disseram uma fonte do Golfo e uma autoridade do Hamas em Doha.