iG São Paulo
Governo rejeita suspender projeto de construção de 3 mil casas na Cisjordânia e Jerusalém Oriental apesar de pressão de países europeus, EUA, Rússia e ONU
Israel não recuará sobre o plano de expansão dos assentamentos que atraiu forte condenação internacional, afirmou uma autoridade do gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira.
"Israel continuará a se colocar segundo seus interesses vitais, mesmo diante da pressão internacional, e não haverá mudanças na decisão que foi tomada\", disse a autoridade.
Esse plano inclui \"zoneamento preliminar e planejamento\" para as casas dos colonos na chamada zona \"E1\", no leste de Jerusalém. A construção israelense no local pode dividir em duas a região ocupada da Cisjordânia ao unir Jerusalém Oriental à colônia Maale Adumim, potencialmente excluindo os palestinos de Jerusalém e diminuindo cada vez mais a esperança de um Estado contíguo.
França, Reino Unido e Suécia convocaram para reuniões os embaixadores israelenses em suas capitais para fazerem apelos para mudar o plano de Netanyahu e expressarem profunda desaprovação ao plano para construir mais de 3 mil casas na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental.
um golpe quase fatal\" nas esperanças de paz.
Israel, por sua vez, argumenta que as convenções de Genebra não se aplicam ao conflito com os palestinos.
Posição brasileira
O Brasil é um dos países da comunidade internacional que condenam os assentamentos judeus. \"Essa prática ilegal permanece sendo um sério entrave à paz na região e à realização da solução de dois Estados\", disse a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, representante do Brasil na ONU, em discurso na Assembleia Geral na semana passada.
Mas, para o Itamaraty, o simples congelamento da construção de assentamentos não é suficiente para resolver o conflito. O Brasil defende o fim da ocupação de Israel e o reestabelecimento das fronteiras de 1967 - resultantes da Guerra dos Seis Dias, que envolveu Israel e diversas nações árabes.
Há mais de duas décadas negociações intermitentes entre Israel e a Autoridade Palestina falharam em produzir um acordo de paz permamente. A última rodada de negociações diretas acabou em 2010.
O fracasso foi atribuído à questão dos assentamentos. Israel chegou a suspender por dez meses as contruções de casas em território palestino, mas retomou o processo sem um acordo de paz final.
*Com Reuters e BBC