The New York Times
O rápido crescimento da população hispânica nos EUA é uma das forças mais poderosas em favor do presidente Barack Obama em muitos dos Estados cruciais na disputa com Mitt Romney. Mas os latinos não estão votando em números que reflitam plenamente a sua potencial força, deixando frustrados os líderes da comunidade e os democratas preocupados à medida que aumentam seus esforços para obter o apoio do grupo.
Entrevistas com eleitores hispânicos em todo o país sugerem uma série de razões para o que se tornou ao longo de uma década um padrão enraizado de não participação. As razões variam de uma desconfiança em relação ao governo ao temor do que muitos veem como uma força intimidante por parte de órgãos legislativos para acabar com os imigrantes, ilegais ou não.
Em Denver, Ben Monterosso, diretor-executivo do Mi Familia Vota, um grupo nacional que ajuda os latinos a se tornar cidadãos e se registrar para votar, disse que dados do censo demonstram a falta de participação latina. \"Nosso potencial nas urnas não está maximizado\", disse Monterosso. \"Mas potencial inexplorado ainda existe.\"
Mais de 21 milhões de latinos estão aptos a votar em novembro deste ano, agrupados em bolsões do Colorado até a Flórida, bem como em Estados menos óbvios, como Illinois, Iowa, Carolina do Norte e Virgínia. No entanto, pouco mais de 10 milhões se registraram e menos ainda devem votar.
Na eleição presidencial de 2008, um número recorde de 10 milhões de latinos compareceu às urnas em todo o país – e isso representava apenas a metade dos possíveis eleitores deste grupo. Por outro lado, 66% dos brancos elegíveis e 65% dos negros elegíveis votaram, segundo um estudo realizado pelo Centro Pew.
Essa disparidade é ecoada em Estados cruciais para a eleição deste ano. Em Nevada, 42% dos hispânicos elegíveis são registrados, enquanto apenas 35% são registrados na Virgínia, segundo a Latino Decisions, uma organização política que pesquisa as tendências de voto latinas.
Embora os latinos não compareçam às urnas em números relativos à sua população, como outros grupos étnicos, seus números gerais estão crescendo tão rapidamente que eles estão perto de se tornar a poderosa força política que as autoridades de ambos os partidos já haviam antecipado - um efeito que seria ampliado caso atinjam o potencial de voto de outros grupos étnicos.
A campanha de Obama tem se aproveitado desta questão no núcleo de sua estratégia de reeleição, com três anúncios de televisão veiculados em espanhol logo no início da disputa em Estados disputados, incluindo Colorado, além de campanhas de registro de eleitores em bairros latinos.
Por Adam Nagourney
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