O presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega ucraniano iniciaram nesta sexta-feira (17) em Milão um encontro na presença dos principais governantes europeus.
Os dois foram recebidos pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, na prefeitura de Milão, à margem da reunião de cúpula Ásia-Europa ASEM, que começou na quinta-feira.
A chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande, o primeiro-ministro britânico David Cameron e os dirigentes da União Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso, também participam no encontro, que busca uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia.
O presidente russo, que apareceu sorridente ao chegar à prefeitura de Milão, se reuniu mais cedo com Merkel. Os dois conversaram sobre pontos dos acordos de Minsk, sobretudo o cessar-fogo que o exército ucraniano e os rebeldes pró-Rússia não respeitaram, informou uma fonte do governo alemão.
Putin e Merkel mantêm "sérias divergências" sobre a crise ucraniana, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O presidente ucraniano também teve um encontro com a chanceler alemã.
Poroshenko declarou na quinta-feira que esperava apenas uma coisa do encontro com Putin: a paz e a estabilidade na Ucrânia.
Crise do gás
A reunião em Milão é um sinal encorajador para Moscou, Kiev e para o Ocidente, em vista de um embate sobre a decisão da Rússia de cortar o abastecimento para a Ucrânia por causa da crescente dívida.
A Ucrânia enfrenta uma possível falta de energia neste inverno se nenhum acordo for alcançado, o que pode levar também à interrupção do abastecimento de gás para a Europa - o que aconteceu em 2006 e 2009. A Europa recebe um terço de sua demanda de gás da Rússia, e metade disso vem de gasodutos que passam pela Ucrânia.
A produtora russa de gás natural Gazprom GAZP.MM cortou o fornecimento para a Ucrânia em junho, após Kiev não ter pago dívidas que, segundo a Rússia, agora somam mais de US$ 5 bilhões.
Os esforços para se chegar a um acordo foram complicados pelo conflito no leste da Ucrânia. O país e aliados ocidentais acusam a Rússia de fornecer ajuda a separatistas, algo que Moscou nega.
O conflito causou o maior impasse nas relações de Moscou com o Ocidente desde a Guerra Fria, e os EUA e a União Europeia impuseram sanções sobre a Rússia por conta da crise.