O estado de São Paulo registrou 38.714 casos de dengue nos dois primeiros meses de 2015, segundo balanço da Secretaria Estadual de Saúde. A incidência é de 92 infecções por 100 mil habitantes. Para caracterizar epidemia estadual, a incidência deve ser acima de 300 casos por 100 mil habitantes.
Em 2014, foram 193,6 mil casos da doença confirmados no estado. A Secretaria não informou o número de casos parcial entre janeiro e fevereiro do ano passado para comparativo com o mesmo período em 2015.
Capital
Na capital paulista, são 563 casos de confirmados até a sexta semana do ano, último balanço divulgado pela Prefeitura. O aumento foi de 163% em relação ao mesmo período de 2014. A Zona Norte é a região mais afetada pela dengue na cidade. A Secretaria Municipal de Saúde apura se a morte de uma mulher idosa em janeiro na Brasilândia foi causada pela doença.
O secretário municipal adjunto de Saúde, Paulo Puccini, afirmou que o crescimento do número de casos se deve ao calor intenso, que favorece a reprodução do mosquito transmissor da dengue, combinado com o armazenamento inadequado de água por causa da crise hídrica.
Puccini previu que o número de casos neste ano fique entre duas vezes e meia a três vezes maior do que ocorreu no ano passado, subindo de 28 mil para 90 mil.
Ainda segundo o secretário adjunto, a piora no quadro ainda está por vir porque o pico da doença normalmente ocorre na 16ª semana do ano.
"90 mil é bastante grande, e uma taxa de incidência elevada, mas não será certamente a das maiores do Brasil e nem de São Paulo", afirmou o secretário municipal de saúde. No ano passado, o Estado de São Paulo registrou 193.636 casos. Na capital, em 2014, foram registrados 28.995 casos autóctones (97,7% ocorreram no primeiro semestre), com 14 óbitos ao longo do ano.
'Baixa da guarda'
Puccini acredita que talvez a preocupação com a água tenha prejudicado a população de identificar que o calor é mais importante que a água parada para reprodução do mosquito.
"Nós vivemos uma situação de temperatura muito elevada em que pequenas coleções de água criam criadouros do mosquito. Isso talvez tenha baixado a guarda da população", afirmou.
Ele ressaltou que a Prefeitura destina mais recursos no combate a dengue, com mais pessoal e apoio da Defesa Civil. A recomendação é redobrar a atenção e evitar deixar água parada no quintal, em baldes ou em vasos. A caixa d'água e os reservatórios também devem ficar tampados.