Fim de semana deve ser quente em grande parte do país

Expectativa da meteorologia é que máximas atinjam recordes absolutos. Fenômeno deve durar até segunda, quando chega frente fria com chuvas.

Fonte: Globo.comAtualizado: sexta-feira, 17 de outubro de 2014 às 19:37
Quatro cidades da região de Ribeirão Preto (SP) registraram calor recorde na terça-feira
Quatro cidades da região de Ribeirão Preto (SP) registraram calor recorde na terça-feira

As regiões Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste devem sentir o efeito de uma massa de ar quente e seca na atmosfera e podem registrar temperaturas altíssimas entre esta sexta-feira (17) e domingo (19). O fenômeno pode “quebrar” recordes de calor em várias cidades, entre elas, São Paulo.

As cidades paulistas, além das de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso, Rio de Janeiro e parte do Paraná, poderão ser mais impactadas pelas máximas.

A massa de ar seco formada é do mesmo tipo que a que atingiu alguns estados brasileiros no começo do ano e provocou um longo período de estiagem no Sudeste – que teve consequências graves para o abastecimento de água na Grande São Paulo. No entanto, ela deve se dissipar ainda na segunda-feira (leia mais abaixo).

De acordo com Vitor Kratz, meteorologista da Climatempo, a “bolha de calor histórica” se formou devido ao fortalecimento do ar seco na atmosfera. Com isso, ela bloqueia desde o início desta semana a entrada de frentes frias, responsáveis por dar um refresco com a derrubada das temperaturas e formação de chuvas.

Segundo ele, o calor teria relação com o surgimento do El Niño, provocado quando a temperatura do Oceano Pacífico aumenta. De acordo com os cientistas, a anomalia na costa pacífica da América do Sul enfraquece os ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial e provoca uma mudança no padrão de transporte de umidade pelo globo, variações na distribuição de chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas, além de inconstância nas temperaturas.

Kratz diz que "O menino", nome do fenômeno traduzido para o português, é também responsável pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul. O Inmet e o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, o Cptec, previam a formação de um El Niño ainda este ano, que poderia interferir no clima da primavera. No entanto, ainda não confirmam a existência do fenômeno, o que deve ser discutido em reunião ainda este mês.

Calor deve ter ápice entre sábado e domingo
De acordo com a Climatempo, vários municípios que já atingiram recordes de temperatura absolutos, ou as maiores marcas de 2014, podem registrar valores superiores até domingo. Segundo a instituição, até 15 de outubro, 21 cidades registraram 40ºC ou mais.

Em São Paulo, a expectativa é que o calor ultrapasse o recorde histórico de 37ºC, de 20 de janeiro de 1999. No Rio de Janeiro, é provável que os termômetros indiquem 42ºC, valor maior que os 41,6ºC sentidos em 13 de outubro de 2014, maior máxima deste ano.

O ápice da ar muito quente será entre sábado e domingo. É provável que os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná sintam mais os efeitos.

Frio e chuva chegando
Mas a partir da segunda-feira (20), a atmosfera deve ficar mais úmida e o ar seco começa a perder força. A tendência é que a partir da próxima semana, novas frentes frias cheguem ao Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste e provoquem chuvas, mas sem grandes acumulados de precipitação.

Entre segunda e sábado, a previsão é que chova na Grande São Paulo em torno de 10 milímetros e 20 milímetros. Para outubro, a meteorologia espera que o nível de chuva seja menor ou igual a 127 mm, média do mês em anos anteriores.

O total, segundo Kratz, não será suficiente para encher os níveis do reservatórios que formam o Sistema Cantareira, que opera com 8,2% da capacidade de abastecimento, segundo balanço divulgado pela Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) na manhã da última quinta-feira (15).

 

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