As legendas com informações sobre a vida posterior de Lula e as fotos que aparecerem junto aos créditos serão trocadas por dados e imagens mais recentes.
Distribuidores dos EUA pediram a mudança para destacar a consagração do presidente brasileiro no âmbito mundial, conforme a produtora.
"Em vez das fotos no Nordeste, com a família, eles querem fotos com o [presidente americano Barack] Obama e com a rainha da Inglaterra. Nós tínhamos isso disponível, mas evitamos na versão original para não ficar muito ufanista", afirma Luiz Carlos Barreto, fundador da produtora.
Depois do desempenho frustrante nos cinemas nacionais, o filme estreia hoje no cenário comercial da Argentina com expectativas reduzidas por parte de produtores e distribuidores. O projeto inicial, que previa o lançamento simultâneo em 50 salas, foi redimensionado e a exibição começará com 20 cópias distribuídas entre Buenos Aires, La Plata e Mar del Plata.
A distribuidora local, Energia Entusiasta, aposta em uma campanha publicitária agressiva para alavancar o desempenho do filme. Foram investidos US$ 500 mil em chamadas de TV, rádio, e cartazes de rua.
A família Barreto, realizadora do filme, e o ator Rui Ricardo Diaz, que interpreta Lula, participaram da "avant première" anteontem em Buenos Aires.
Segundo Luiz Carlos, a estimativa é de "uma boa performance [na Argentina], nada de excepcional".
Antes da estreia, em 1º de janeiro, Barreto esperava um público recorde de até 20 milhões de brasileiros. A bilheteria do filme hoje é de 1,1 milhão, segundo ele.
"Houve um erro brutal de colocação do filme no mercado [brasileiro]. As férias não servem para filmes dramáticos. E estava [em cartaz] o "Avatar", que nós subestimamos. Nós pensamos: 'o avatar é o Lula'."
Na Argentina, o lançamento foi adiado por quatro meses para tentar pegar carona no clima das eleições presidenciais brasileiras. O desempenho no país servirá de "termômetro" para as estreias no Chile, Peru e Colômbia, previstas para outubro e novembro, segundo a produtora.
Inicialmente, o plano era lançar o filme simultaneamente em toda a América do Sul, mas questões logísticas e o tempo reduzido impediram a articulação.
"Cada país tem uma particularidade. Precisaríamos de uns oito meses para criar o mesmo espaço em todos os países na mesma data e nós começamos três meses antes do lançamento", afirma a produtora Paula Barreto.
Nos Estados Unidos, a estreia está prevista para fevereiro ou março de 2011. A distribuição ficará a cargo da New Yorker Films e a exibição está assegurada, segundo Paula.
O exibidor Dan Talbot, que havia desistido do filme depois da articulação política de Lula com o Irã, voltou atrás. Dono de um complexo em Nova York, ele hesitou por temer baixa bilheteria, já que grande parte de seu público é judeu.