A mãe da menina de 17 anos, suspeita de assassinar a facadas a universitária Bianca Mantelle Pazinatto, 18 anos, em Jataí, no sudoeste de Goiás, afirma que não tinha conhecimento sobre qualquer envolvimento amoroso da filha com a vítima. “Nunca soube de nada em relação as duas”, disse a mulher, que pediu para não ser identificada, em entrevista à TV Anhanguera. De acordo com a mãe, a filha está ressentida com o caso. “Ela me pediu perdão e está muito arrependida”.
Segundo a mãe da suspeita, o crime abalou a família. “Estou acabada. Ela era minha companheira e agora tudo acabou”, lamentou a mulher.

O corpo de Bianca foi encontrado na casa da suspeita, embrulhado em sacos plásticos debaixo da cama do quarto da adolescente. Em entrevista, a garota contou que a motivação do assassinato seria a recusa da vítima em manter um namoro. "Ela não ia ficar comigo. Não queria que ficasse com mais ninguém também", declarou. Segundo a menina, Bianca tentou lutar antes de ser morta. “Ela se debateu e queria gritar. Ficou muito desesperada”.
Relacionamento
Como a mãe da suspeita, a família de Bianca também nega que a jovem tivesse qualquer relacionamento homoafetivo com a adolescente. “Ela [a sobrinha] não queria envolvimento com essa jovem. Bianca era perseguida por ela”, contou Júlia Pazzinato, tia da vítima. “A adolescente estava sempre procurando por Bianca, tocando a campainha da casa. Tanto que, quando via pelas câmeras que se tratava da suspeita, ela nem atendia”, explicou a tia.
Os pais da estudante ainda não falaram sobre o crime. No entanto, um tio da jovem garante que ninguém tinha conhecimento sobre o interesse amoroso da menina por Bianca. “Não sabíamos nem da tal carta em que a garota se declarou. Se havia a vontade de um relacionamento, era por parte da menor, pois minha sobrinha nunca correspondeu. Ela até tinha um namorado”, afirmou João Pazinatto.
A vítima teria sido morta às 10h30 da última segunda-feira, mas só foi encontrada às 19h. Ao G1, o delegado responsável pelo caso, André Fernandes, explicou que, ao sair de casa, a vítima esqueceu o telefone. Quando os policiais chegaram à residência dela, inspecionaram o aparelho e encontraram uma troca de mensagens pelo aplicativo WhatsApp em que ela combinava de se encontrar com a amiga de 17 anos.
Suspeitas
As duas adolescentes estão na Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), em Goiânia. Elas foram transferidas na terça-feira (30), após um pedido do Conselho Tutelar de Jataí, que temia que a integridade física delas não pudesse ser resguardada na cidade, já que há uma forte comoção popular com o crime.
As duas dividem a mesma cela na Depai. A titular da delegacia, Nadir Cordeiro, disse que conversou informalmente com as garotas e que as duas "não demonstram arrependimento e apresentam comportamento frio e calculista". As garotas podem ficar na Depai por, no máximo, cinco dias, segundo determinação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O delegado André Fernandes começou a ouvir testemunhas sobre o caso na quarta-feira (31).
Com informações da TV Anhanguera