Professores da rede municipal de São Paulo passaram a madrugada desta sexta-feira (30) em vigília e acampanharam em frente à Prefeitura, no Viaduto do Chá, no Centro da capital.
Cerca de 40 docentes estão no local e disseram que só sairão da porta do prédio após serem recebidos pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo secretário municipal de Educação, Cesar Callegari. A categoria está em greve desde o dia 23 de abril e, com cartazes e faixas, reivindica reajuste salarial (e que a bonificação de 15% aprovada pela prefeitura seja incorporada ao salário-base), melhores condições de trabalho, redução do número de alunos por sala e mais segurança nas escolas.
Na quarta-feira (28), vereadores aprovaram na Câmara Municipal, em primeira votação, o projeto de lei que reajusta o abono dos professores e funcionários das escolas públicas de São Paulo. O líder da bancada do PSD na Câmara, vereador Police Neto, votou a favor do projeto, mas afirmou que em segunda votação apresentará um substitutivo parar atender à exigência da categoria.
"A gente quer construir com todas as bancadas um substitutivo que faça com que o abono seja um reajuste a ser incorporado neste e em mais dois anos", afirmou Police. Nesse caso, o reajuste seria parcelado: 5,54% a partir de outubro, 3,7% a partir de maio de 2015 e 5,46% a partir de outubro de 2015.
Para o vereador Paulo Fiorilo (PT), é difícil que haja um acordo com o Executivo municipal para a incorporação do abono ao salário. "O governo este ano incorporou o abono de 13,43% que já estava previsto. O prefeito Haddad propôs o abono e disse que está disposto a discutir a incorporação a partir do ano que vem. Então a incorporação, se ocorrer, será a partir de 2015."
Nesta sexta-feira, os professores realizam uma nova assembleia para decidir se encerram ou não a paralisação.
Piso reajustado
Após 16 dias do começo da greve, o prefeito de São Paulo anunciou no dia 9 de maio a concessão de um bônus que eleva o piso dos professores da rede municipal de ensino dos atuais R$ 2,6 mil para R$ 3 mil.
O valor extra de R$ 400 começará a ser pago em junho. O abono será incorporado ao salário a partir de 2015, representando um aumento de 15,38%. Os professores discordam e pedem que o valor seja incorporado aos salários já a partir deste mês.