Um projeto de lei quer obrigar escolas a dar aulas de abstinência sexual para garotas no Reino Unido.
Apresentada no início de maio na Câmara dos Comuns do país (o equivalente à Câmara dos Deputados do Brasil), a proposta prevê que as aulas seriam para meninas de 13 a 16 anos. O texto foi enviado por uma deputada do Partido Conservador britânico, Nadine Dorries.
Para Nadine, a sociedade está saturada de erotismo. Ela afirmou, em entrevista ao jornal Guardian, que, assim como os estudantes têm aulas de educação sexual e sobre o uso de camisinha, eles devem ser ensinados a dizer "não" para o sexo.
- A resposta para acabar com a gravidez precoce e a alta taxa de adolescentes sexualmente ativos é ensinar nossos garotos e garotas que existe a opção da abstinência [sexual].
Dados mostram que a Inglaterra vive, hoje, um período de baixa gravidez precoce. O número de jovens grávidas com menos de 18 anos caiu 5,9%, de 2008 para 2009. As informações são do Escritório Britânico de Estatísticas.
Passou de raspão
O projeto quase não foi aprovado na primeira etapa de votações - foram 67 votos a favor e 61 contra. O texto da lei será colocado em discussão novamente em janeiro de 2012, mas só vai virar lei se receber apoio do governo.
A proposta causou polêmica na Câmara dos Comuns e foi criticada pelo deputado trabalhista Chris Bryant. Ele foi o responsável pela lei que torna obrigatória a educação sexual nas escolas inglesas. Bryant considerou o projeto de abstinência sexual ultrajante.
- Esse não é o jeito de resolver a questão da gravidez adolescente. Como a lei é só para meninas? Temos que falar com meninos e meninas, além disso não há provas de que ensinar abstinência diminuiria essas taxas.
A Associação de Planejamento Familiar também criticou a proposta. Eles acreditam que os estereótipos sexuais serão reafirmados com a nova lei, que não vai ajudar os jovens a ficarem mais responsáveis.
Pornografia
O R7 preparou uma reportagem, em 2010, avaliando o nível do vício em pornografia das pessoas. Especialistas afirmaram que ser viciado em ver filmes ou sites pornôs pode "atrapalhar o ato de verdade" e afetar a vida social e profissional.