Dior Homme Sport deveria fazer parte de todos os guarda-roupas masculinos

Dior Homme Sport deveria fazer parte de todos os guarda-roupas masculinos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:39

Dior Homme Sport é, ao lado de Terre d'Hermès, da Hermès, e de Dirty English, da Juicy Couture, uma das fragrâncias masculinas mais surpreendentes e admiráveis dentre as que surgiram em anos. É surpreendente porque cada uma destas maisons criou um produto masculino excelente em uma indústria que, normalmente, os homens são fadados a femininos simplificados ou são agraciados com fragrâncias que teriam mais a ver com desodorantes em bastão. E é admirável porque Dior Homme Sport é, simplesmente, admirável.

O trabalho de Claude Dir para a Juicy (Dirty English foi lançado em abril de 2008) é extraordinariamente usável e deixa um odor residual de madeira e fumaça da cidade, misturadas a um perfume gourmand de dar água na boca. Cheira como se um caubói da Sunset Boulevard - um futuro astro do rock de Los Angeles vestido com jeans Ed Hardy - tivesse, acidentalmente, ateado fogo em seu cinto de couro e em seus brownies de chocolate amargo ao mesmo tempo, e engarrafado o odor. É preciso dar o braço a torcer pelas diretoras criativas Gela Nash-Taylor e Pamela Skaist-Levy: elas decoram suas lojas com vidros cheios de chiclete, mas sempre permitiram que seus perfumistas fizessem um trabalho sério e interessante. Dirty English é o último modelo da Corvette se comparado ao Aston Martin do perfumista francês Jean-Claude Ellena. O Terre também traz uma reluzente carga de adrenalina masculina (é de março de 2006), mas Ellena refinou e poliu o perfume até que ele exibisse um brilho ultraelegante de Monte Carlo.

Então surge François Demachy, o imperador da Dior. Se a Juicy retrabalhou o odor de madeira defumada, e Ellena produziu um perfume condimentado ingênuo e pouco refinado, Demachy fez algo que é, de certo modo, ainda mais difícil: pegou o clichê dos anos 90 de "frescor masculino", uma metáfora encarcerada na química detergente do Cool Water de Davidoff, e engenhosamente teve a visão de seu retorno.

Este é um daqueles casos em que a sequência pode ser melhor que o original, embora o original fosse excelente. Com Dior Homme, que fora lançado em 2005, Olivier Polge conseguiu construir a união de dois belíssimos componentes em uma única fragrância: um masculino de alta qualidade, com uma alma limpa dentro do cinza morno e iridescente da raiz da íris. Demachy pegou a máquina de Polge e acrescentou o que, em um primeiro momento, me pareceu um spray da água do mar Mediterrâneo. O perfume é extremamente esportivo e fresco, sem muito mais que alguns rastros, tanto do detergente de Cool Water quanto das notas de cabeça cítricas e onipresentes nos perfumes masculinos.

Então, o que é o Dior Homme Sport? Por um momento, pensei em "gourmand", mas logo depois desisti da idéia. Fico até envergonhado em admitir que a ficha caiu só quando um jovem estudante de perfumaria comentou comigo: o que Demanchy fez foi calibrar o equilíbrio correto entre íris e gengibre. O resultado é uma colônia usável de maneira universal e que deveria fazer parte de todos os guarda-roupas olfativos masculinos. Cabe às mulheres descobrir que também deveriam usá-lo, mas eu não ficaria surpreso se ouvisse alguém dizer que Demachy está trabalhando em um Dior Femme Sport.

Dior Homme Sport

Por Dior

www.dior.com    

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