Um dia, sem mais nem menos, você percebe que o seu pequeno está ardendo em febre e, em poucos minutos, ela passa dos 36 °C para os 38 °C. Logo em seguida começa a passar mal, mexe o corpo e chacoalha braços e pernas, até revira os olhos. Isso permanece por cinco minutos, ou um pouco mais, e logo ele cai no sono.
É um típico caso de convulsão febril.
Foi justamente o que aconteceu com Adriana Santos, 27, mãe do pequeno Gabriel, de dois anos. Assustada depois da convulsão, ela logo correu para o hospital. "Só fiquei mais tranqüila quando vi que ele saiu do estado de sonolência e voltou ao normal. Foi um susto e tanto", conta.
Segundo o neuropediatra Paulo Breinis, do Hospital São Luiz, muitas mães não devem se preocupar, pois a convulsão febril benigna é algo que acontece com até 5% das crianças entre três meses e cinco anos, entretanto, é mais freqüente até pelo menos três anos. Nesta fase, as crises não trazem seqüelas neurológicas, entre eles, a epilepsia, nem mentais, mas o quadro pode ser diferente se elas ocorrerem depois dessa idade, ou ainda se as convulsões permanecem por muito tempo, até pelo menos 30 minutos, o que é muito raro.
"Nessa hora o mais importante é manter a tranqüilidade. Deite a criança de lado, para que ela não se sufoque, e a proteja de objetos. Segure a cabecinha e deixe que a saliva escorra. E não tente imobilizá-la", explica o neuropediatra. Passada a crise, os pais devem levar a criança imediatamente ao hospital, porque somente lá é que eles vão administrar os medicamentos adequados.
Quando a febre começar, o neuropediatra recomenda utilizar antitérmicos, mas após a primeira crise, muitas mães podem agir de outra forma caso ela aconteça outra vez. Geralmente quando a febre tem início novamente, o que já deixa muitas mães assustadas, como Adriana, geralmente os especialistas indicam um anticonvulsivante, que podem ser usados em conjunto com os remédios para febre quando a criança tem, por exemplo, uma otite ou amidalite.