Rio de Janeiro tem cidades com melhor e pior média
A má distribuição de médicos por região é um dos grandes problemas de saúde do Brasil. Estudos divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostram que em 2005 havia um médico para 595 habitantes no país. Para o economista Marcelo Neri, responsável pelo levantamento, o número encontrado não está muito longe do que se considerar ideal (cerca de 300 habitantes por médico), mas o que torna o problema mais grave é que esses profissionais estão mal distribuídos pelas diversas regiões. Nas áreas mais pobres quase não se encontram profissionais de medicina.
Ele explicou que todos os indicadores da pesquisa revelam que o Brasil tem uma quantidade de médicos aquém do que seria recomendado. Essa categoria profissional é a que apresenta a maior taxa de ocupação, de 90%, a maior média salarial, que é de R$ 6.270, e a maior jornada de trabalho, com 50 horas semanais.
De acordo com a pesquisa, a situação é mais delicada no Rio de Janeiro, que tem o município com menor número de habitantes por médico (Niterói, com 93,55 habitantes por médico) mas que também ocupa o primeiro lugar do ranking negativo (Belford Roxo, com 6.878,54 habitantes por médico), entre as cidades com mais de 250 mil habitantes.
Neri destacou que o indicador de Niterói é melhor até que o de Cuba, que lidera o ranking mundial, com 169 habitantes por médico, destacou Neri. A Nigéria, com 50.000 habitantes por médico, ocupa a pior colocação entre os países.
Entre os estados brasileiros, o líder é o Distrito Federal, com 292 habitantes por médico, seguido pelo Rio de Janeiro (299 por um) e São Paulo (448 por um). No outro extremo, aparecem o Maranhão, na pior colocação, com 1.786 habitantes por médico; o Pará, com 1.351, e o Piauí, com 1.282 habitantes por médico.