Um estudo realizado em mais de 12 estados com população de mais de 300 mil, mostra que os suplementos de vitaminas e minerais que prometem uma vida mais saudável e longe de doenças, pode causa câncer quando consumido em excesso.
"Não sabemos ainda por que isto está acontecendo num nível molecular, mas evidências mostram que pessoas que tomam suplementos alimentares diariamente em doses maiores do que o necessário tendem a ter um risco aumentado de desenvolver câncer — explica Tim Byers, diretor-associado do Centro de Câncer da Universidade do Colorado, nos EUA, que apresentou a pesquisa semana passada no encontro anual da Associação Americana para Pesquisa do Câncer, na Filadélfia.
A pesquisa que vinha sendo realizada em um semana, já se observava que pessoas que consumiam mais frutas e verduras tinham menos chances de desenvolver câncer. E, atualmente, as diretrizes internacionais recomendam esses alimentos como forma de prevenir a doença. A ideia inicial de Byers e seus colegas foi, portanto, testar se seria possível reproduzir os efeitos benéficos da dieta equilibrada com o uso de pílulas. Eles optaram pelos suplementos de betacaroteno, vitamina E, ácido fólico, selênio e alguns outros, escolhidos porque eram encontrados nas verduras e frutas. Os primeiros resultados, à época, foram animadores:
"Testamos os suplementos em animais e vimos resultados promissores. Depois passamos para os humanos. Estudamos por dez anos milhares de pacientes que tomavam suplementos vitamínicos ou placebos. Mas não apenas falhamos em conseguir os benefícios esperados, como começamos a notar que estávamos causando mais males", diz Tim Byers.
Foram apresentados no estudo que, consumidos em excesso, o suplemento de betacaroteno aumentou o risco de câncer pulmão; o selênio estava associado ao câncer de pele. Homens que tomavam vitamina E tinham risco elevado de câncer de próstata, enquanto que o ácido fólico e a vitamina B aumentavam o câncer colorretal.