Inverno leva outra crise ao Afeganistão, mas cristãos não perdem a fé: ‘Deus vai agir’

Fome e frio: representante de uma organização cristã, que trabalha nas regiões mais afetadas, disse que muitos estão vendendo seus filhos por comida.

Fonte: Guiame, com informações de MNNAtualizado: quarta-feira, 26 de janeiro de 2022 às 12:07
Inverno nas regiões montanhosas do Afeganistão. (Foto: Pixabay)
Inverno nas regiões montanhosas do Afeganistão. (Foto: Pixabay)

Enquanto a temperatura cai, os afegãos enfrentam mais uma crise. A comida já era escassa, e agora, além do risco de morrer de fome, há também o risco de morrer de hipotermia. 

Vale lembrar que o Afeganistão foi atingido também por um terremoto de magnitude 5,3, no dia 17 de janeiro, abalando o oeste do país, deixando 26 mortos, várias pessoas feridas e muitas casas destruídas no distrito de Qadis.

“O Afeganistão é um país muito frio porque é montanhoso. E a fase do frio mais severo está acontecendo agora”, disse Reza do Global Catalytic Ministries (GCM) — organização de ex-muçulmanos que seguem a Cristo e pregam o Evangelho em diversos países. 

O GCM é um dos poucos grupos com acesso ao Afeganistão. A equipe presente nas regiões mais afetadas diz que tem feito todo o possível para manter as pessoas vivas. 

Colapso da economia no Afeganistão

Aproximadamente 80% do antigo orçamento nacional do Afeganistão era dos Estados Unidos e de outros doadores estrangeiros. 

Mas, em agosto de 2021, a economia entrou em colapso após a desastrosa retirada das tropas dos EUA e a tomada do Talibã.

Como uma nação sem litoral, o Afeganistão depende de importações de alimentos e de todos os demais itens para sobreviver, e o Ocidente provavelmente não levantará sanções ou restrições bancárias tão cedo, conforme o Mission Network News (MNN). 

De acordo com o Programa Alimentar Mundial, cerca de 23 milhões de afegãos enfrentam fome aguda; mais de 8,5 milhões estão “à beira da fome”. E, mesmo com o apelo da ONU — o maior apelo de todos os tempos — os doadores internacionais continuam céticos. 

Reza explica que o pedido que a ONU fez de 5 bilhões de dólares para ajudar o Afeganistão, fez com que os doadores temessem que essa assistência dê ainda mais poder ao Talibã. 

O Talibã não aceita ajuda de organizações

O receio dos doadores internacionais é que o Talibã não ajude o povo como tem prometido. 

Afinal, o que tem sido observado, é que os extremistas islâmicos não aceitam ajuda de organizações que atuam no país. “Por esse motivo, não tem sido realizado muito trabalho de socorro ao povo afegão”, disse Reza.

Enquanto metade do país enfrenta a fome, um dos líderes do Talibã usou linguagem religiosa para descrever a situação, chamando a fome de “teste da parte de Deus depois que as pessoas se rebelaram contra ele”. 

“Muitas pessoas estão passando fome. As pessoas estão até vendendo seus filhos por comida”, apontou Reza para o desespero dos cidadãos. 


“Eles estão apenas esperando para ver quando vão morrer porque não há esperança. Esses alimentos realmente trazem esperança novamente aos seus corações e os fazem ver que sim, Deus cuida deles”, disse um líder cristão que preferiu não ser identificado. (Foto: Cortesia do Global Catalytic Ministries)

Levando um pouco de esperança

“Trouxemos dinheiro para dentro do país para comprar comida para as pessoas; comprar carvão e madeira porque está muito frio”, Reza compartilhou.

“Nem todo lugar no Afeganistão tem gás natural e eletricidade, então muitas pessoas usam carvão e madeira para manter suas casas aquecidas. Conseguimos distribuir muitos quilos de comida até agora”, continuou.

Ainda com tantas dificuldades visíveis, Reza disse que acredita que “o Senhor está prestes a fazer algo inspirador no Afeganistão”. 

“Queremos reconstruir e restaurar a Igreja porque dois terços dos crentes deixaram o país”, revelou ao contar que essa é a meta da organização para 2022.

“O que aconteceu com o Talibã tomando o país gerou um momento que eu chamo de ‘momento Gideão’. Os crentes estão diminuindo para talvez algumas centenas. Mas através de algumas centenas, o Senhor vai dominar a nação”, concluiu.

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