No nosso relacionamento com Deus, podemos aprender através da Bíblia que muitas vezes para nos conhecermos, Deus nos convida a olharmos para dentro.
Em Gênesis 12.1 diz: “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.” No original, encontramos a palavra לֶךְ-לְךָ Leh - Leha = VÁ PARA VOCÊ. No verso 1 de Gênesis 12, literalmente Deus fala a Abrão “Vá para você”.
Podemos ver também em Gênesis 3, na história da queda de Adão, que logo após ele pecar, Deus começa a questionar Adão “Onde está?”, “Quem te fez saber que estavas nu?”, “Quem te fez comer da árvore de que te ordenei que não comesse?” e “ O que é isto que tu fizeste?”.
Com esta série de perguntas, a intenção de Deus é fazer Adão olhar para dentro, para poder entender porque ele pecou, pois, como Deus é onisciente, é claro que o Eterno sabia onde Adão estava e porque estava nu.
Hoje muitas pessoas perderam a referência de quem elas são, pois dizem muitas coisas, mas não falam nada. Muitas vezes estão apenas reproduzindo revelações que não as transformaram, que não são verdades para vossas vidas e não mudaram a vossa identidade.
Vivemos num tempo em que as pessoas estão preocupadas com as “visualizações” e “curtidas” das redes sociais, empenhadas em aumentar a quantidade de seguidores, sendo isto uma exacerbação do “Eu”, tentando provar que é “alguém”. Porém, quando vivemos uma vida buscando provar que somos “alguém”, é por que dentro nos sentimos um “ninguém”.
Estamos num tempo em que as pessoas vivem relacionamentos digitais e não pessoais. Com isto, a tendência é que os relacionamentos pessoais diminuam cada vez mais, e isto impede que tenhamos o nosso caráter moldado. Em Provérbios 27.17 diz: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro”. Isso significa que precisamos uns dos outros para sermos pessoas melhores. E isso fica muito difícil se só nos relacionarmos no mundo digital, pois nos relacionamentos digitais se alguém fala alguma coisa e você não gosta, você vai simplesmente deletá-la e bloqueá-la.
Sem construir uma identidade na vida real, fica difícil construir presença digital, se não influenciarmos as pessoas ao nosso redor, não podemos querer ter influência na internet.
Precisamos olhar para dentro, buscar uma metanoia (mudança de mente), para que haja em nós uma reforma do nosso comportamento.
Antes as pessoas tinham uma identidade herdada (dos pais), cada um no seu papel, a mãe cuidava da casa e das crianças (o afago) e o pai saía para trabalhar e trazia o sustento do lar (provisão e proteção); o pai governava e a mãe gerenciava. Cada um tinha seus papéis e funções claramente definidas e os filhos cresciam neste modelo de ambiente. Na atualidade, muitas mães realmente têm a necessidade de sair para trabalhar para ajudar nas contas de casa, mas muitas saem para trabalhar, somente para poder comprar coisas supérfluas e terceirizam a educação de seus filhos. Uma criança na tenra idade, ou seja, na infância, não tem entendimento de que a mãe está saindo para trabalhar. O inconsciente dela acredita que está sendo abandonada, e então quando esta criança chega na adolescência, pode começar a ter problemas com rebeldia, porque esta criança perdeu sua referência.
Sendo assim, por consequência deste novo modelo familiar e as influências digitais nos dias de hoje, muitos jovens têm sido furtados de sua real identidade, pois a ausência do modelo familiar e exigência das mídias sociais, em viver uma vida irreal e de aparências, buscando aceitação da sociedade, têm causado uma identidade frágil e perdida na geração de hoje.
Sendo a palavra de Deus nossa tutora, podemos descobrir nossa identidade em Cristo a partir da revelação que temos, de quem é o nosso Salvador. E, através da intimidade com o Espírito Santo, podemos ter nosso caráter moldado e aperfeiçoado pela Palavra, impedindo assim que sejamos mães ou pais ou jovens, que sejam influenciados por este sistema que estabelece um padrão de identidade que está bem longe do que a palavra de Deus tem nos ensinado a ser: Sua imagem e semelhança.
Por Adriane Ferretti Salvitti, pastora da Igreja Apostólica Restaurando Nações - IARN Japão, palestrante nas áreas de saúde e espiritualidade fisioterapeuta e Health Coach e
Rodrigo Salvitti, pastor da Igreja Apostólica Restaurando Nações - IARN Japão, palestrante na área de espiritualidade e fisioterapeuta.
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