Em dias quando cada vez mais as pessoas buscam viver de maneira independente, temos visto algumas situações que nos colocam em estado de alerta. Muitos movimentos já se levantaram ao longo de anos buscando “confrontar”, ou melhor, afrontar princípios bíblicos, tentando enfraquecer, ou até mesmo anular os modelos bíblicos.
Já vimos pessoas se levantando contra dízimos e ofertas, dizendo que os cristãos deveriam, em vez de entregar na igreja suas contribuições, comprar cestas básicas para ajudar os necessitados. Vimos também movimento indo contra o congregar em templos, dizendo que o que importa é ser igreja em qualquer lugar, não havendo necessidade de ir a templos, estes são os famosos desigrejados. E vimos também tantos outros movimentos que não perpetuaram, porém, em uma proporção pequena causaram um certo desconforto, chegando a atingir os mais neófitos.
E agora estamos vendo muitas pessoas se autobatizando, ou seja, elas vão a um lugar e se batizam sem a necessidade da presença de um sacerdote religioso. Isso tem acontecido de maneira mais recorrente no rio Jordão em Israel, principalmente por artistas que dizem ter se convertido, ou até mesmo que professam sua fé católica.
Há poucos dias vimos uma famosa postando em suas redes sociais sua experiência com o batismo, ou seja, ela foi a Israel, comprou um kit que vem com a roupa do batismo e o certificado, e sozinha, sem o auxílio de qualquer líder religioso, foi e se batizou.
Meses antes vimos também um casal recém-formado, oriundos cada um deles de um relacionamento, indo a Israel e um batizando o outro em meio a juras de amor. Um ato tão singelo, tão romântico, tão inocente, porém, nada bíblico.
Entenda que ser bíblico não é ser religioso, porque muitos argumentariam que obedecer a protocolos é religiosidade, como já ouvimos a respeito de movimentos acima citados. Mas gostaria de expor alguns pontos para nossa reflexão:
Jesus tinha toda autoridade, e até mesmo autonomia para se batizar, mas ele não tinha autorização para isso. Ele se submeteu a João Batista neste momento para cumprir esta ordenança da maneira correta, deixando para nós um exemplo de como fazer, e observe que depois dele (Jesus) ter se batizado da maneira correta Ele recebe uma palavra de aprovação do Pai.
Mateus 3:13-17 - ¹³ Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. ¹⁴ Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? ¹⁵ Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. ¹⁶ E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. ¹⁷ E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Em Marcos 16:16 diz; “¹⁶ Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” O batismo acompanha a vida de quem é salvo, no batismo não há salvação, porém é o selo público de uma vida rendida a Ele.
Uma pessoa que entendeu quem é Jesus, e teve um encontro verdadeiro com Ele e com sua palavra vai desejar ardentemente o batismo, não como um ato religioso, ou algo midiático, mas como uma confissão pública de sua fé, como foi com o eunuco em uma conversa com Filipe.
Atos 8:35-38 - ³⁵ Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus. ³⁶ E, indo eles caminhando, chegaram ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? ³⁷ E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. ³⁸ E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.
Este não é um estudo sobre batismo, mas uma reflexão sobre o andar independente de algumas pessoas que ferem o coletivo, e assim ferem também princípios bíblicos que devem ser observados e respeitados. Entenda que há benefícios na interdependência, enquanto na independência, arriscamos viver uma vida solitária e insubmissa.
Provérbios 18:1 - ¹ Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; ele se insurge contra toda sabedoria. (grifo do autor)
Há muitas pessoas que têm até autoridade para se movimentar em diversas esferas da sociedade, até mesmo na religiosa, porém não têm autorização para executá-las. Ser uma “celebridade”, ser rico, possuir bens, ter cargos importantes não habilita ninguém a descumprir ordenanças bíblicas, observemos Jesus que sendo Deus, submeteu-se a um pai e uma mãe terrena, submeteu-se a autoridades políticas de sua época, assim como autoridades espirituais, sujeitando-se a João Batista para ser batizado.
A maior mentira do diabo é que podemos fazer o que quisermos, do jeito que quisermos e na hora que desejarmos. Ele continua seduzindo pessoas a transformarem pedras em pães, ou seja, prover para si o que deseja sem respeitar a vontade de Deus. Interrompem processos por se acharem autossuficientes, agindo de maneira “inocente” ferem princípios.
Encerro com um conselho: submeta-se a uma autoridade, cumpra princípios e você vai viver a plenitude de Deus, que é Cristo habitando em vós.
Deus abençoe!
Alexandre Grego é Pastor, Bacharel em Teologia, Life Coaching, e escritor dos livros “Somos Flechas”, “E Urias?” e “Não existe família perfeita, existe família feliz”. Também é conferencista nas áreas de liderança e casais. Exerce sua atividade pastoral no Ministério Apostólico Koinonia, na cidade de Mogi das Cruzes/SP, é casado com a Pra. Marines Grego.
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