Seja HOMEM!

Um texto que sempre meditei e que admiro nas Escrituras é o momento em que o rei Davi em seus últimos dias de vida chama seu filho Salomão e lhe dá um conselho, ou uma ordem, que carrega uma verdade gigante que iria ser balizador para toda sua vida. Ele diz em 1 Reis 2:2 - Eu vou pelo caminho de toda a terra; esforça-te, pois, e sê homem.

Que conselho incrível! Neste momento o rei Davi afirma por meio de sua paternidade a masculinidade, o caráter e a conduta que Salomão deve seguir.

Hoje falar de masculinidade é um campo perigoso, pois a masculinidade é um conceito complexo e multifacetado que tem sido objeto de discussão, pois vivemos em uma sociedade estereotipada, preocupada de maneira exagerada com a aparência e como se mostra a outros muito mais do que com os valores que realmente são importantes.

Quero abrir um parêntese aqui para uma observação: há uma tentativa de desconstrução no estereótipo masculino, homens pintando a unha, usando delineador e se maquiando, gritando por um novo modelo, quando a verdade é que não é isso que determina o que realmente é ser um homem, porém, vivemos dias de homens fragilizados devido a esta desconstrução.

Mas entenda, nascer do sexo masculino não faz um homem, um HOMEM com H maiúsculo se faz pelo conjunto e não pelo estereótipo ou regras do tipo; falar grosso, ser barbudo, ser agressivo, ser “faca no dente” ou “sangue nos olhos”. Esta visão distorcida cultural do que é ser um homem tem feito muitos abandonarem seu verdadeiro papel que é ser piedoso, bom marido, bom pai.

Moisés foi levantado por Deus como uma referência para os hebreus, o Senhor o havia dado uma grande missão e ele foi eficaz nesta missão, mas não tão eficaz com sua família. Devido à correria deixou sua esposa e filhos aos cuidados de seu sogro. Certo dia Jetro, seu sogro o aconselha a escolher homens para ajudá-lo e dá as características que um homem de respeito deve ter, e gostaria que atentássemos para estas características.

Êxodo 18:21 - E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez;

Que demais isso! Em nenhum momento, é mencionado um estereótipo masculino, mas sim a conduta de homens firmes que atendem ao chamado e objetivo da missão.

É importante lembrar que a masculinidade não é um traço fixo e imutável, mas sim uma construção social que varia de cultura para cultura, porém há alguns valores que estes, sim, são imutáveis.

Ao olharmos para os homens bíblicos sempre observaremos alguns pontos em comum: responsabilidade, liderança, amor sacrificial, proteção, provisão e serviço.

Desculpe-me pela franqueza, mas minha esposa não deseja acordar ao lado de um indivíduo que está com as unhas pintadas, maquiadas, depilada e chorando de forma fetal, com medo de enfrentar os desafios da vida. A feminilização do homem tem sido extremamente prejudicial, forçando a masculinização de muitas mulheres.

Acredito muito que o homem tem que ter cara de homem, jeito de homem, cheiro de homem, olhar de homem, entretanto isso não é o mais importante, se o homem não entender suas responsabilidades familiar, sociais e espirituais.

Um homem que não entende seu papel, em tempos de guerra, fica descansando no terraço olhando para Bate-Seba ao ponto de adulterar com ela. Lugar de homem é no campo de batalha guerreando por sua família, construindo uma arca para guardar sua casa, é ir até a cruz se for necessário para prover salvação para sua família.

HOMENS! Se levantem! Vistam-se de responsabilidade. “Homens larguem as chupetas e peguem a espada”.

Deus abençoe!

Alexandre Grego é Pastor, Bacharel em Teologia, Life Coaching, e escritor dos livros “Somos Flechas”, “E Urias?” e “Não existe família perfeita, existe família feliz”. Também é conferencista nas áreas de liderança e casais. Exerce sua atividade pastoral no Ministério Apostólico Koinonia, na cidade de Mogi das Cruzes/SP, é casado com a Pra. Marines Grego.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Existe autobatismo? Eu posso me batizar?