Como uma igreja pode ser luz sobre a corrupção do país se entre seus corredores a política eclesiástica determina quem fica e quem sai das denominações? (Não entrarei em detalhes, mas o jogo político dos bastidores é bruto).
Como uma igreja pode ser luz para salvar pessoas, se condena e realça os pecados individuais de seus membros, mas esconde sempre os próprios pecados estruturais e sociais, manipulando as informações e maldizendo os que saem do sistema ou questionam suas práticas?
Como uma igreja pode ser luz sobre a cultura, se ao reclamar das novelas, músicas do "mundo" e modismos, ela mesmo cai em contradição por pegar esses modelos e fazer a sua versão gospel ungida, copiando sempre o que há de pior?
Como uma igreja pode ser luz sobre a hipocrisia social, se homens de bem, maridos afetuosos e avós brincalhões, uma vez investidos de gravata e títulos eclesiásticos, tornam-se estrategicamente maldosos em suas determinações nos concílios e reuniões fechadas?
Como uma igreja pode ser luz sobre a era digital, se nas redes sociais há uma liderança composta por homens imperfeitos querendo ser arautos da perfeição ou da última revelação. E que ao criar um messias exclusivo de um evangelho customizado, disputam entre si quem tem mais seguidores?
Como uma igreja pode ser luz sobre as universidades, se a sua agenda moralista, pragmática e intelectualmente rasa adotou a teologia da magia. Fazendo do milagre o meio de enfrentar os problemas reais, e ainda pregam dizendo que “estudar afasta as pessoas de Deus”. Sobrevivendo de chavões, clichês e frases prontas?
É, realmente o Evangelho de João ecoa hoje ao dizer: "Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas.” (Jo 3:19-20)
Por Bruno dos Santos, Teólogo, Escritor, Lifecoaching e Palestrante nas áreas de Espiritualidade, Liderança e Autogestão.
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