Luz e trevas

É mais fácil nos acomodarmos às trevas, às coisas ruins, é mais fácil abandonarmos nossos princípios e pegarmos atalhos...

Fonte: Guiame, Mariana MendesAtualizado: sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023 às 16:30
(Foto: Unsplash/Viktor Forgacs)
(Foto: Unsplash/Viktor Forgacs)

Já notou que a gente se acostuma mais rápido com o escuro do que com o claro e que costuma ser bem menos dolorido? Quando você apaga as luzes para dormir, primeiro fica tudo 100% escuro, mas dentro de poucos segundos, seu olho começa a se acostumar com o novo padrão de luminosidade e as luzes fraquinhas que vem de fora fazem com que seja possível você enxergar certo contorno do ambiente. No entanto, o contrário é um pouco mais complicado, se você está naquele escurinho gostoso e alguém de repente acende todas as luzes, seu olho dói, arde, você se recusa a abrir, aperta bem as pálpebras e até que consigamos nos adaptar a essa entrada abrupta da luz, bons segundos ou minutos talvez já se passaram.

O claro e escuro da cidade, das nossas casas, das lâmpadas é normal e não tem nada problemático com isso. Contudo, vamos usar esse exemplo para pensar em luz e trevas. É mais fácil nos acomodarmos às trevas, às coisas ruins, é mais fácil abandonarmos nossos princípios e pegarmos atalhos, é mais fácil não fazer nada, é mais fácil se deixar dominar pelas trevas do mundo e se acostumar com ela mais e mais a cada segundo.

No entanto, a luz incomoda as trevas. Quando a luz chega, querendo mudar, querendo transformar, querendo fazer tudo novo, constantemente ela traz consigo processos difíceis, doloridos, trabalhosos e que vão exigir esforço e dedicação. Isso porque nesse mundo mergulhado em trevas, remar contra a correnteza é bem difícil.

Porém não podemos nos esquecer dos resultados, de para onde estamos indo, do destino final. Tente andar no escuro a vida toda, enquanto você frequenta lugares bem conhecidos pode até ser mais fácil, mas ao adentrar em qualquer novo ambiente, a chance de você se machucar, cair, tropeçar, são de quase 100%. Lembro que fui com meu pai fazer algumas filmagens em um centro que treinava cães para serem guias de pessoas com deficiência visual. Essas pessoas sofrem de insegurança, medo e muitas limitações por não poderem enxergar, o cão guia diminui muito isso, ao ser para a pessoa essa proteção, essa segurança que sozinha muitas vezes ela não consegue ter.

Mas quando há luz, quando conseguimos enxergar, quando conhecemos a verdade e sabemos onde estamos caminhando e para onde estamos indo, ainda que os problemas venham, ainda que os desafios se tornem cada vez mais gigantes, estamos na luz, estamos com a luz, que é Cristo Jesus!

Não é sobre enxergar ou não, literalmente falando, não é sobre acender ou apagar as luzes do quarto. É sobre onde seu coração está, é sobre saber se você tem colocado seus sonhos, seus planos, sua vida em trevas ou em luz. É sobre saber que a vida verdadeira, que a vida eterna e perfeita só pode existir na luz, onde Deus habita, onde há amor, misericórdia, perdão e graça a todos aqueles que aceitarem andar nessa luz.

Mariana Mendes, casada com Leandro, autora de O Relógio de Nina. Membro da IAP do Parque. Filha do Pai e filha de pastor. Apaixonada por livros, por culinária e por observar os detalhes da vida, a fim de enxergar a rotina com novos olhares.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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