Em junho de 2016, o Vaticano reconheceu Maria Madalena como uma mulher de extrema importância para a causa de Cristo, reconhecendo à ela o título de apostola apostolurum “Apóstola dos Apóstolos”. A prostituta agora virou apóstola! - sim você não leu errado - A Igreja Católica está reconhecendo um erro de séculos de tradição da heresia composta pelo Papa Gregório Magno no ano de 591.
Maria Madalena é retratada nos Evangelhos como uma das companhias mais próximas de Jesus. Seu encontro emotivo com Jesus ressuscitado resgata o fato de que assim como uma mulher foi o veículo de condenação para a humanidade em Gênesis, assim também Maria de “Magdala” foi um veículo de salvação para toda a humanidade nos Evangelhos. Maria é a única capaz de emergir do abismo em que a morte do Mestre fez afundar os seus seguidores.
Quanto a afirmação de que Maria Madalena era uma prostituta, ela não possui nenhuma base bíblica ou escriturística histórica. Tudo indica que essa “ideia” sobre ela tenha sido uma invenção cuidadosa da igreja, que escolheu certos textos para seguir e outros para ignorar. Pois a Igreja sempre foi predominantemente masculinizada e maculou histórias para acabar com personagens femininas fortes e à frente de seu tempo. A igreja católica sempre quis manter as mulheres fora do clero.
A bíblica Maria Madalena não só não era uma prostituta como era reverenciada como um apóstolo de Jesus. Tanto que essa revelação tanto bíblica como histórica teria forçado a igreja a mudar seu pensamento de forma dramática. Sendo reconhecida no papado de Francisco em 2016.
Durante séculos, Maria Madalena foi confundida com a adúltera absolvida por Jesus diante do templo (João 8:3-11) e identificada com a prostituta arrependida que lhe ungiu os pés na casa do fariseu (Lucas 7:36-50) — os respectivos Evangelhos não deixam claro, de modo algum, que a adúltera absolvida e a prostituta arrependida sejam Maria Madalena.
É evidente que a presença dela em determinados momentos cruciais da história de Jesus, narrados nos Evangelhos canônicos, representa um privilégio um tanto recíproco entre ela e Jesus. Na visão de alguns teólogos, essa regalia, oferecida a ela, é devido ser ela a discípula que amou o mestre acima de qualquer coisa, transformando-se na portadora do Evangelho (Mc 16: 9-10) e testemunha de Sua Ressurreição (Jo 20:14-18).
A morte e ressurreição de Jesus é o fundamento central da fé cristã, e as boas novas de salvação vieram através do olhar de uma mulher, a saber: Maria Madalena. Primeira testemunha ocular do maior evento da História do Mundo.
Por Bruno dos Santos, Teólogo, Escritor, Lifecoaching e Palestrante nas áreas de Espiritualidade, Liderança e Autogestão.
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