O que fizemos na Terra será exposto ‘no telão do juízo final’ perante o tribunal de Cristo?

Texto dentro do Contexto.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: segunda-feira, 8 de agosto de 2022 às 16:36
(Foto: Pixabay)
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“Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más”. (2 Coríntios 5.10)

O que exatamente o texto está indicando? Conforme a Bíblia, o tribunal de Cristo é um evento que vai ocorrer após o arrebatamento da Igreja, onde o réu é o homem — considerado culpado pelo pecado.

Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus”. (Romanos 3.22-24)

Deus é o justo Juiz e as testemunhas serão nossas próprias palavras, obras, omissões, pensamentos e desejos.

“Mas eu lhes digo que, no dia do juízo, os homens haverão de dar conta de toda palavra inútil que tiverem falado. Pois por suas palavras você será absolvido, e por suas palavras será condenado”. (Mateus 12.36,37)

E o nosso advogado será Jesus Cristo, o mediador entre a humanidade e Deus. E, conforme explica o pastor e conferencista Hernandes Dias Lopes: “Ele é o advogado das causas perdidas, porque Ele é justo e está disponível para nós a todo tempo e não cobra nada. Ele já pagou por tudo”.

“Aqueles que estão condenados no tribunal da consciência, da lei ou da religião podem ser defendidos e absolvidos por Jesus. Ele não veio para estar ao seu lado, Ele veio para estar em seu lugar”, enfatizou o pastor no programa Verdade e Vida.

“Ele pagou a sua dívida e morreu em seu lugar para perdoar os seus pecados”, continuou.

“Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte”. (Romanos 8.1,2)

Segundo o pastor, não há o que temer para aqueles que estão em Cristo, pois serão absolvidos. “Pois a sentença de morte que você receberia, Jesus recebeu no seu lugar. Ele morreu em seu lugar para cancelar os seus pecados e torná-lo justo aos olhos de Deus”, ele enfatizou.

Seu nome no Livro da Vida

O pastor lembra também de um texto relacionado que está em Apocalipse e que fala do Livro da Vida. Aconteça o que acontecer, livros serão abertos para todos e tudo indica que haverá memória no céu, pois ninguém pode ser colocado diante de um tribunal sem se lembrar de tudo o que fez ou deixou de fazer.

“Depois vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles. Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito”. (Apocalipse 20.11-13)

“Se o nome de alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo”. (Apocalipse 20.15)

Logo, ser colocado no Livro da Vida é um ato jurídico que a Bíblia garante para aqueles que estão em Cristo — os justificados. Porém, com a justificação vem o processo de santificação, conforme lembra o pastor e teólogo Augustus Nicodemus, em seu programa “Em Poucas Palavras”, onde fala da questão do galardão.

O justificado pela fé aprende a deixar o pecado para abraçar a virtude. “É um processo gradual, que dura a vida toda. O fruto e o resultado vão aparecer, mas é um processo imperfeito aqui neste mundo, pois nunca poderemos dizer que estamos livres do domínio do pecado”, explicou.

Ele esclarece que há pessoas que avançam mais no processo de santificação e outras que não conseguem, mas todos estão justificados. “Por esse motivo haverá o galardão — uma recompensa dada por Deus durante a eternidade. Não sabemos o que é, mas sabemos que será bom”, disse descontraidamente.

“Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida”. (João 5.24)

Resumidamente, então, a justificação é um ato de Deus e não depende de nós. A santificação, por sua vez, é um processo que depende de cada ser humano. “O justificado pela fé deve aprender a mortificar a sua natureza pecaminosa e se apoderar das virtudes que estão na Bíblia e que são opostas ao pecado”, ele resumiu.

As cenas de nossas vidas vão passar num telão?

Uma vez dentro do propósito de “voltar para Deus” — conhecido também como “conversão” — o cristão passa a levar uma vida baseada no processo de santificação. Não será exatamente um “santo”, mas estará caminhando para a santidade.

Nessa condição, o cristão fará parte do tribunal de Cristo, não para condenação, mas para receber o galardão conforme suas obras. Conforme os textos bíblicos, as más obras serão eliminadas a partir do arrependimento e as boas obras serão julgadas ou provadas, a fim de conhecer a intenção que havia por trás delas.

O pastor Lucinho Barreto, da Igreja Lagoinha também fala sobre esse tema e responde à seguinte pergunta: “Meus pecados vão passar num telão no céu?”. É o que muitos pensam ao falar do assunto.

“Dos seus pecados e iniqüidades não me lembrarei mais. Onde essas coisas foram perdoadas, não há mais necessidade de sacrifício pelo pecado”. (Hebreus 10:17-18)

Segundo o pastor, não haverá constrangimento no momento da exposição das obras de cada um. Além disso, ele reforça que “as pessoas verão tudo o que fizemos, menos aquilo que já nos arrependemos de ter feito”.

“O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito abatido”. (Salmos 34.18)

“Quem é comparável a ti, ó Deus, que perdoas o pecado e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu que não permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor. De novo terás compaixão de nós; pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar”. (Miquéias 7.18,19)

“Por isso, a nossa entrega total a Deus e o nosso arrependimento são tão importantes. Você sente vergonha do que fez ou tem coragem de se arrepender? Tem gente que só sente vergonha, mas não se arrepende”, ele alertou.

Conclusão

No Grande Dia, todos nós vamos prestar contas a Deus diante de um tribunal. Para alguns, haverá julgamento pelos pecados não confessados, para outros o julgamento das boas obras para o galardão.

Cabe relacionar aqui a parábola dos talentos — O que cada um fez do talento que Deus depositou em sua vida? Como árvores, quais frutos oferecemos? O nosso propósito de vida está em harmonia com o propósito eterno de Deus? Veja o que Paulo disse:

O que se requer destes encarregados é que sejam fiéis. Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo. Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga. Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação”. (1 Coríntios 4.2-5)

E esse foi o estudo desta semana. Espero que tenha tirado a sua dúvida e também colaborado para o seu crescimento espiritual. Beijo no coração e até a próxima, se Deus quiser!

Por Cris Beloni, jornalista cristã, pesquisadora e escritora. Lidera o movimento Bíblia Investigada e ajuda as pessoas no entendimento bíblico, na organização de ideias e na ativação de seus dons. Trabalha com missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análise de textos bíblicos.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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