Um dos maiores inimigos que encontro durante as sessões de terapia com meus pacientes é o medo. Ele está presente na vida de homens e mulheres, adultos e crianças, ricos e pobres e... de crentes e descrentes.
O medo é tão antigo que diversas passagens bíblicas fazem referência a ele. No Antigo Testamento, por exemplo, vemos o próprio Deus falando a Josué, que substituiria o grande líder Moisés: “Não to mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Josué 1:9 – ARC – Grifei).
O medo se manifesta de muitas formas. No caso de Josué, era o temor de não conseguir liderar o povo de Deus, como seu antecessor fez. Hoje, vemos medos ligados à maternidade, possibilidade de contrair doenças, ao desemprego ou à solidão. Na citada sessão de terapia, o medo que identifiquei de minha paciente foi com relação a confiar em pessoas.
Meu conselho a ela, que é uma cristã, entre diversos contidos na literatura psicológica, também foi para confiar em Deus.
Por que eu disse isso? Aprendi que na caminhada da vida, chega um tempo em que Deus começa a nos mostrar quem realmente são as pessoas ao nosso redor.
Muitas vezes, descobrimos a ingratidão, a falsidade e a limitação humana. Nesse processo doloroso, o Senhor nos leva a entender que somente Ele é suficiente para preencher o vazio do nosso coração. O salmista declarou: “Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolherá” (Salmos 27:10). Quando tudo e todos parecem falhar, a presença de Deus permanece firme.
A Bíblia também nos ensina que não devemos nos surpreender com as falhas humanas. Jeremias já advertia: “Maldito é o homem que confia no homem, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor” (Jeremias 17:5). Pessoas podem até nos decepcionar, mas a fidelidade de Deus é eterna. À medida que perdemos apoios frágeis, aprendemos a descansar nas mãos d’Aquele que nunca mente nem falha.
É nesse contexto que a Palavra de Deus se torna fonte de renovação e de paz. Ela não apenas restaura nossa fé, mas também nossos relacionamentos, curando feridas e nos ensinando a amar com sabedoria. Como está escrito: “Eis que faço novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5). Ao invés de gastar nossas forças com quem não acrescenta nada à nossa caminhada, somos chamados a valorizar a Palavra viva que nos guia.
Precisamos parar de dar atenção às árvores que não darão sombra em nossa jornada. Quantas vezes buscamos apoio em quem não tem raízes firmes para sustentar? A Bíblia é a Palavra que não nos deixa morrer, pois nela encontramos sustento e direção.
O exemplo de Jó é um retrato claro dessa realidade. Na primeira fase de sua vida, ele perdeu tudo: família, bens, saúde e amigos. Mas, em meio à dor, não abandonou sua fé. No fim, ele declarou: “Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram” (Jó 42:5). Jó não apenas conheceu a Deus de verdade, como também recebeu em dobro tudo o que havia perdido.
Essa reflexão é importante para uma virada de chave em nossa vida. Se hoje você se sente sozinho, enganado ou abandonado, não temas. Deus não permitirá que você caminhe sem a Sua presença. Como Ele prometeu: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13:5).
O vazio que as pessoas deixam é o espaço perfeito para que Deus se torne o centro da sua vida. Quando tudo parece perdido, é aí que Ele começa a escrever uma nova história.
O Pai ama você!
Darci Lourenção (@pra_darci_lourencao) é psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor”, “Viva sem compulsão” e “Devocional Minha Família no Altar”.
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