Todos nós sabemos que a preocupação é uma ocupação prévia, ou seja, estar preocupado é estar apreensivo, com a mente ocupada e com o coração ansioso por alguma coisa que ainda não aconteceu. E talvez nem aconteça. O que nós não sabemos – pelo menos a maioria das pessoas não sabe – é que a preocupação é uma forma disfuncional de lidar com os problemas, pois a pessoa preocupada acredita que, se ela estiver preocupada, estará ocupada resolvendo-os.
Mas isso não é verdade. Nosso inconsciente nos faz perder tempo e energia cerebral com coisas que não existem (ainda). É interessante que mesmo sabendo que a preocupação não trará respostas nem soluções para eventuais problemas, ficamos aprisionados nela. E isso é algo que se não aprendermos a nos desvencilhar, seremos eternamente pessoas preocupadas, gerando um estado constante de ansiedade – a ansiedade generalizada!
Não estou com isso querendo dizer que não podemos nos preocupar. Claro que isso acontece com todos, especialmente com pessoas que vivem em cidades grandes, pois a segurança é um fator de preocupação, além de outras situações, como desemprego, enfermidades, relacionamentos etc. Faz parte da vida. O que quero dizer é que a preocupação não pode nos consumir. Esse é o termo exato: ela nos consome. E não apresenta saídas para os problemas. Pessoas passam horas acordadas pensando nos problemas, sendo consumidas pelo estado de preocupação sem se darem conta de que naquelas horas elas deveriam estar descansando para, com a cabeça tranquila e o corpo revigorado, buscarem saídas para algum problema.
Na verdade, o que aconteceu é que ela só perdeu! Perdeu horas (ou a noite toda) de sono, perdeu tempo, perdeu energia... e a solução não veio, porque a solução não vem da preocupação. No entanto, ela pode vir de uma mente e de um corpo descansados.
A preocupação gera angústias, doenças, inquietações e aflições. Mas o que a pessoa preocupada quer é uma solução, não é mesmo? Porém, essa saída, solução ou resposta não vem quando se está apreensivo. Aliás, quanto mais uma pessoa se mostra preocupada, mais suscetível a outros problemas (novos) surgirem. É isso que devemos saber.
A preocupação e o medo são irmãos siameses, e quando estamos com medo o que fazemos, normalmente? Ou fugimos ou ficamos paralisados. Porém, para encontrarmos soluções precisamos nos mover, ir atrás, conversar, bater em portas, e até arriscar-nos!
A pessoa preocupada pensa que vai encontrar solução, mas nem se dá conta de que o medo a impede de ir em busca dessa saída. Enquanto ela está ocupada previamente com o problema, imagina que o está resolvendo. Quando não está. E pior: está deixando de ver as verdadeiras oportunidades capazes de ajudá-la!
Entenda uma coisa: quem vive preocupado, não vive. Então, em vez de deixar esse estado te dominar, busque ajuda. Ore. Fale de suas preocupações, muitas vezes quando as tiramos de nossa mente, estamos abrindo espaço para um conselho, uma direção, uma orientação de alguém que, com a mente despreocupada, consegue enxergar a situação com muito mais clareza do que nós.
Por Darci Lourenção, psicóloga, pastora, coach, escritora e conferencista. Foi Deã e Professora de Aconselhamento Cristão. Autora dos livros “Na intimidade há cura”, “A equação do amor” e “Viva sem compulsão”.
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