Se somos o que somos, se chegamos até aqui, se desenvolvemos determinados hábitos, se adquirimos um certo nível de educação, se mais andamos por caminhos certos que errados, é porque ao longo de nossa vida, desde quando nos entendemos por gente, temos sido corrigidos por nossos pais, irmãos, professores, chefes, líderes. Além, é claro, de todas as correções que a vida impõe sem qualquer aviso ou preparo.
Todos precisamos de correção. Ninguém escapa. Mais cedo ou mais tarde acabamos por entender que as correções são, essencialmente, para o nosso bem, para a nossa boa formação. À medida que o erro é detectado necessita-se de correção, pois deixar um erro correr solto é arriscar muito, é querer ver um problema que seria relativamente fácil de resolver transformar-se em algo grande, complicado e assustador. Portanto, aplique correções de rota enquanto é tempo.
Nem todos gostam, mas todos sabem que precisam de correções. Existe, no entanto, momentos na vida que somos nós aqueles que devem corrigir a outros. É aí que surgem medos, dúvidas, incertezas. Corrigir um filho, ok. Corrigir um subordinado, ok. Mas e quanto a precisar corrigir um irmão de fé, uma ovelha fraca, um jovem abusado e ao mesmo tempo filho de uma família tradicional da igreja? E aí? O que fazemos numa hora dessas?
Devemos corrigir a todos? Mais que dever, precisamos corrigir a tudo e todos que entendemos como errado? Este é um ponto sensível e que precisa respeitar o tempo certo para se entrar em ação. Porém, deixando as subjetividades e dificuldades quanto a saber o tempo perfeito e a hora certa, a Bíblia nos dá uma dica muito boa sobre quem corrigir e quem não corrigir.
Provérbios 9:8 dá a dica: “Nunca repreenda uma pessoa vaidosa; ela o odiará por isso. Mas, se você corrigir uma pessoa sábia, ela o respeitará.” Perfeito. Toda pessoa dominada por vaidade simplesmente se mantém surda e cega para qualquer correção que lhe for dirigida. Por outro lado, a pessoa sábia, ouve, assimila e aceita a correção dirigida a ela, e o faz justamente por ser sábia, afinal, já aprendeu que para crescermos, amadurecermos e nos tornarmos melhores precisamos de ajuda e sem dúvida, uma ajuda fundamental, é aquela que vem em forma de correção.
E quanto ao vaidoso, o que fazer? Simplesmente deixá-lo pra lá? Sim e não. Sim, não tente abordá-lo com correções, por mais justas que sejam, pois ódio é a única coisa que você vai conseguir. Não, deixar pra lá, ignorar, rejeitar, somente isso não será solução. Antes ore pelo vaidoso. Ore em secreto. Ore com fé. No mais, deixe tudo nas mãos de Deus, Ele sabe tratar com as características, virtudes e defeitos de cada um de nós. E lembre-se, orar por alguém é uma das mais belas formas de direcionar amor ao próximo.
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
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