Parasha Pinchas (Finéias)
Nm 25:10–29:40 (30: 1); I Rs 18:46–19:21; Mc 11:27-12:37
“E Israel deteve-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. E convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. Juntando-se, pois, Israel a Baal-Peor, a ira do IHVH se acendeu contra Israel” (Nm 25:1-3).
Na Parasha Balak, o rei de Moabe, tentara contratar o conhecido profeta pagão Balaão para amaldiçoar os israelitas, para que ele pudesse ter uma vantagem militar ao enfraquecer o povo de D-us através de feitiçaria.
Embora Balaão achasse que ele poderia amaldiçoar os israelitas indiretamente desde que D-us tinha abençoado-os, ele aconselha Balak sobre como conduzir os israelitas ao pecado para que a ira de D-us viesse sobre eles.
A estratégia de Balaão dá alguns frutos em que os israelitas foram levados à idolatria e à imoralidade, e uma praga dizimou seus homens.
Pinchas, o neto de Aharon, apareceu no final da Parasha passada com o zelo que efetivamente parou a peste empurrando uma lança que atravessou Zimri, um líder israelita e sua amante midianita como estavam no ato de fornicação.
Seu pecado de fornicação não foi a única razão para indignação e zelo de Pinchas; foi o fato de que eles fizeram então bli busha (sem vergonha) na visão de Moshe e toda a comunidade de Israel enquanto eles choravam na tenda da reunião.
Devido a esses assassinatos violentos, Pinchas, homônimo da Parasha desta semana, jogou Israel na revolta e controvérsia.
Parece que seu agir, ou até mesmo seu “direito de agir”, foi considerado suspeito.
Isto é insinuado na repetição da frase “Pinchas filho de El’azar, filho de Aharon, o Cohen” nos versos 7 e 11 de Números 25. Em um tempo quando a ascendência do homem geralmente é mencionada somente o nome do pai, a linhagem de Pinchas parece ser enfaticamente atribuída ao seu avô, Aharon.
Pinchas tornou-se o tema de muito debate, por causa da sua linhagem questionável. Por quê? Provavelmente é porque sua mãe era descendente de Yitro, um sacerdote pagão.
Então, para talvez legitimar Pinchas como um santo homem segundo o coração de D-us, a Torah rastreia sua linhagem de Aharon, o primeiro sumo sacerdote (Cohen ha Gadol).
O Eterno falou com Moshe, a dizer “Finéias, filho de Eleazar, o filho de Aharon sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo no meio deles; de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel” (Nm 25:11).
É principalmente a partir de Aharon que Pinchas deriva seu justo zelo, que agradou a D-us.
Uma pessoa justa salva uma nação
“Portanto dize: Eis que lhe dou o meu concerto de paz, e ele, e a sua semente depois dele, terá o concerto do sacerdócio perpétuo; porquanto teve zelo pelo seu Elohim, e fez propiciação pelos filhos de Israel” (Nm 25:12-13).
Na porção passada, pecado e desobediência causaram a separação de D-us e como resultado, 24.000 israelitas morreram numa praga.
Ainda, um homem disposto a tomar uma posição pública para defender os caminhos de D-us salvou toda a comunidade israelita de morte certa.
Mas enquanto as ações e as motivações de Pinchas foram sendo examinadas pelos israelitas, D-us, o que pode ver no âmago de uma pessoa, compreendeu que seus motivos eram puros.
Ele ficou tão satisfeito com a raiva sagrada de Pinchas e zelo pela honra de D-us que ele recompensado, ele e seus descendentes com um pacto de paz e um pacto de um sacerdócio duradouro.
Enquanto as ações de Pinchas não devem ser respeitados como um meio de livrar o mundo da imoralidade e ainda são analisadas e discutidas, podemos medir nossa própria temperatura espiritual usando seu zelo como um termômetro.
Hoje, a imoralidade sexual corre desenfreada, não só na maioria das Nações do mundo, mas também dentro da comunidade de Israel. A comunidade gay, muitas vezes, age bli busha — sem vergonha — abertamente se exibindo nas ruas de Tel Aviv, o que D-us chama de abominação.
Na verdade, evento anual de orgulho gay Telavive agora está sendo promovido como uma atração turística superior para a comunidade gay do mundo.
Onde estão hoje os fanáticos que estão dispostos a assumir uma radical defesa da santidade e justiça e, assim, afastar a ira de D-us?
Um exemplo de crentes messiânicos de pé de verdade nesta arena é o recente caso ouvido nos tribunais da comunidade baseada na fé dos Moshav Yad HaShmona israelense.
Quando um casal gay, que era legalmente casado na Inglaterra, queria renovar seus votos e realizar uma recepção no moshav israelita messiânico, eles foram afastados com a explicação que os proprietários seguem a Bíblia e, portanto, não poderiam participar de tal empreendimento.
Durante a audiência, a Comunidade cita a Escritura e diz ao juiz que a hospedagem de tais eventos não só violaria suas crenças, mas arruinaria seus negócios que atende aos crentes.
“Nós não odiamos os homossexuais ou lésbicas. Nós os amamos. Nós simplesmente dissemos ao tribunal que é a palavra de D-us na Bíblia que chama homossexualidade uma abominação”, disse Ayelet Ronen, o secretário-geral da aldeia Israel hoje.
O Tribunal confirmou o direito do casal de utilizar as instalações e os multou em mais de US$ 20.000 em danos.
Uma enxurrada de pedidos de casais do mesmo sexo agora deseja utilizar as instalações resultou no fechamento da sala do banquete, para evitar problemas legais adicionais.
Enquanto alguns podem questionar por que um negócio rejeitaria clientes pagando por causa de sua posição para a Bíblia, podemos ver nesta Parasha que Pinchas não foi recompensado com um sacerdócio eterno e o Pacto de paz por causa do compromisso ou passividade; veio através de uma ação radical.
Ieshua é muitas vezes visto como passivamente andando em direção de seus inimigos como um cordeiro para o matadouro, e ele desinteressadamente e corajosamente se oferece em obediência a seu pai para nosso benefício.
Mas, Ieshua também exibida justo zelo para com o Senhor. Quando ele limpou o templo de cambistas, perseguindo-os para fora pela força com um chicote, seus discípulos, testemunhando o seu zelo, lembraram-se destas palavras proféticas:
“E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará” (Jo 2:17; Sl 69:9; Sl 119:139).
Ciúmes e zelo
A palavra hebraica para zelo (Quiná) é muitas vezes traduzida como ciúme. “Finéias, filho de Eleazar, o filho de Aharon sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois zelou o meu zelo [ciumento-Quiná] no meio deles; de modo que no meu zelo não consumi os filhos de Israel [ciúme]” (Nm 25:11).
D-us considera ser “zeloso de minha honra” um ciúme justo e uma causa para a recompensa. Na verdade, um dos nomes de D-us é El Kanah (Deus é ciumento).
O ciúme de D-us não é como o nosso, que pode rapidamente degradar em ser suspeitosamente temeroso da pessoa tomar o que nos pertence, por exemplo, nosso parceiro conjugal, ou nossos negócios, posição, fama ou fortuna.
Enquanto é sábio ser bons mordomos e proteger os relacionamentos e posses que D-us confiou a nós, quando enfrentamos estes desafios, devemos também lembrar que tudo pertence a D-us.
Tais desafios são um bom momento para verificar se já fizemos um ídolo de algo destinado a ser uma bênção.
Afinal de contas, entre os primeiros mandamentos são as declarações “Não terás outros deuses diante de mim” e “Não farás para ti um ídolo” (Êx 20:3–4).
Como o criador do universo, só D-us tem o poder e o direito de esperar devoção completa. Só ele tem o direito de ficar com raiva quando seus filhos estão honrando e adorando ídolos, dinheiro, prazer ou algo diferente de si mesmo, pois nenhuma pessoa ou coisa é merecedora de tal devoção.
“O temor do IHVH é aborrecer o mal” (Pv 8:13).
Pecado na liderança
“E o nome do israelita morto, que foi morto com a midianita, era Zinri, filho de Salu, maioral da casa paterna dos simeonitas. E o nome da mulher midianita, morta era Cosbi, filha de Zur, cabeça do povo da casa paterna entre os midianitas” (Nm 25:14-15).
A israelita que Pinchas matou, Zimri, era o filho do líder da tribo Simeonita. Como o filho de um líder tribal, as pessoas olhavam para ele como um exemplo de como eles, também, deveriam se comportar.
O pai de Zimri, o líder tribal, devia ter educado seu filho nas maneiras do Senhor e colocar uma parada em Zimri e em suas ações, mas parece que ele tinha não boa influência sobre seu filho.
Hoje, em algumas áreas do mundo, membros da família matam membros da família para proteger sua própria “honra da família” e supostamente a honra de D-us. Mas D-us não é a favor disso, e os tais assassinatos de honra, e o ato de Pinchas não deve ser confundido com eles.
A adoração de Baal pelos israelitas não foi um pecado privado dentro de uma família. Idolatria, comendo comida sacrificada aos deuses, e fornicação desenfreada em toda a nação de Israel.
Zimri trouxe seu pecado não só a família de Simeon, mas também em todo o acampamento de Israel. A palavra que logo se espalhou entre seu clã sobre o que ele estava fazendo em sua tenda com uma filha de um chefe tribal moabita. Se ele poderia agir com essas perversões com ela, por que não eles?
D-us queria que a loucura de parar, então “Então Moshe disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-Peor” (Nm 25:5).
Quando Pinchas entrou em ação, a peste já tinha matado 24.000 pessoas como um resultado direto do pecado da nação.
A Bíblia, no entanto, não fala de mais alguém que tinha suficiente zelo para dizer, “Isto não está certo!” e seguir com a ordem de Moshe, de pé contra as forças do mal que estavam destruindo toda a nação. Os escritos proféticos da Tanach, no entanto, falam de outro homem com zelo semelhante.
Haftara (porção profética): Tomando uma posição para D-us
Leitura profética desta semana fala sobre o profeta Elias, que também tinha um grande zelo para proteger a honra de D-us.
Na Haftara Pinchas, a fim de proteger a honra de D-us entre a nação de Israel, o profeta Elias atua de forma semelhante a Pinchas, matando centenas de falsos profetas de Baal, que estavam levando os israelitas em adoração falsa. Em resposta, a rainha Jezabel envia seus homens para encontrá-lo e matá-lo.
Elijas fica desmotivado, dizendo para o anjo de D-us, “Eu tenho sido muito ciúmes [Quiná– zeloso] para o IHVH, o D-us dos exércitos; porém os filhos de Israel têm abandonado o seu pacto, derrubado os altares e matado seus profetas com a espada; e eu só fiquei; e buscam a minha vida, para tirá-la” (I Rs 19:10).
Defender o que é certo não é popular entre aqueles que querem fazer o mal.
Ódio, mentiras, multas, prisão ou mesmo em morte isso pode resultar. Mas permitir que uma comunidade inteira seja levada à morte certa por adorar falsos ídolos é como levantar-se para o inimigo de D-us que está buscando a destruição de toda a raça humana.
Cada crente deve escolher as formas adequadas na cultura de hoje e se levantar para D-us. Elias fez isso em seus dias, e D-us levantou-se para ele, dando-lhe o alívio de seu stress protegendo a sua vida e ungindo um sucessor, Eliseu.
Quando nos levantamos para D-us em justiça, podemos confiar que ficaremos em pé.
“E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens, também o filho do homem o confessará diante dos anjos de Elohim. Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Elohim” (Lc 12:8-9).
Receber nossa herança
Mais adiante nesta porção, lemos sobre as leis da hereditariedade (yerusha), conforme um censo é tomado e a terra dividida em conformidade com o direito de primogenitura.
Cinco irmãs, filhas de Zelophehad (que não teve filhos), estavam determinadas a receber sua herança na terra.
Moshe trouxe seu apelo para o Senhor, e ele confirmou a sua solicitação, resultando em uma mudança de leis de herança em Israel para incluir as mulheres, quando um pai morre sem um herdeiro do sexo masculino.
Se essas mulheres não tivessem feito seu pedido conhecido, nunca receberiam a herança do seu pai na terra.
Quantas vezes nós não recebemos simplesmente porque deixamos de pedir? A palavra diz, “e nada tendes, porque não pedis” (Tg 4:2).
Ieshua nos convida a pedir o que precisamos e desejamos, “Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra” (Jo 16:24).
D-us sempre podem dizer não, mas se não perguntamos, às vezes não há nenhum movimento. Além disso, D-us quer que vamos a Ele, a fonte de todas as coisas boas, com nossos pedidos. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mt 7:7).
Seja ousado em responder o convite de D-us para pedir o que você precisa e confie nele para trazê-lo para passar em seu caminho e seu tempo. “E esta é a confiança que temos para com ele: que se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos outorga. E se sabemos que, nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe pedimos” (I Jo 5:14-15).
Vemos a atenção de D-us para a solicitação destas mulheres que às vezes estão dispostas a relatar o mandamento aos seus ouvidos, para que necessidades sejam atendidas.
Nada há de tão pequeno, tão insignificante ou tão trivial que D-us não se importe com isso, se diz respeito a nós. Enquanto ele se importa com a nação como um todo, ele também está de olho em cada pessoa dentro dela. O olho de D-us não está apenas sobre as coisas grandes, está também nos detalhes mundanos de nossas vidas.
“Ele cumprirá o desejo daqueles que o temem” (Sl 145:19).
“Quem, ó Elohim, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade, e que te esqueces da rebelião do restante da tua herança? O IHVH não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade” (Mq 7:18).
“Desfaço as tuas transgressões como a névoa, e os teus pecados como a nuvem: torna-te para mim, porque eu te remi” (Is 44:22).
Os heróis nas Escrituras não são os omissos ou preguiçosos; mas são aqueles homens que lutaram pelo Eterno e por sua causa sem temer o que lhes aconteceria!
Que possamos ter esta mesma postura de lutar pelo Eterno e por sua Palavra em nome de Ieshua!
Baruch ha Shem!
Tradução: Mário Moreno.
Por Rav. Mário Moreno, fundador e líder do Ministério Profético Shema Israel e da Congregação Judaico Messiânica Shema Israel na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha – Novo Testamento e conferencista atuando na área de Restauração da Noiva.
*O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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