Frequentemente se faz a pergunta: “Quem matou Ieshua?” ["Ieshua" é uma forma alternativa de escrever o nome "Jesus" em algumas línguas, como o hebraico].
Normalmente, a culpa é colocada sobre os judeus, com acusações de “assassino do Ungido” alimentando o fogo do antissemitismo ao longo dos séculos. Mas essa acusação é verdadeira?
Para responder a isso, precisamos apenas olhar para o registro do julgamento de Ieshua.
Ieshua não recebeu um julgamento por júri. Na lei judaica, o juiz ouvia e avaliava uma acusação de duas testemunhas imparciais. Se duas ou três testemunhas concordassem, o juiz emitiria uma condenação; mas no caso de Ieshua, as testemunhas contra Ele apresentaram falso testemunho.
“Os principais sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando testemunho contra Ieshua para condená-lo à morte, mas não encontraram nenhum. Pois muitos davam falso testemunho contra ele, mas os testemunhos não concordavam”. (Mc 14:55–56)
Como o depoimento das testemunhas não concordava, os juízes não puderam condená-lo.
Assim, o Sinédrio não teve outra escolha a não ser perguntar diretamente a Ieshua se Ele afirmava ser o Messias, o Filho de D-us – uma acusação à qual Ele confessou, portanto, se posicionou acusando-se de ser culpado de blasfêmia, o que acarretava a pena de morte.
“Novamente o sumo sacerdote o interrogou: ‘És tu o Messias, o Filho do D-us Bendito?’
“‘Eu sou’, disse Ieshua, ‘e todos vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu.’
“Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes e disse: ‘Por que ainda precisamos de testemunhas? Você ouviu a blasfêmia! Qual é a sua decisão?
“E todos o condenaram como merecedor da morte.” (Mc 14:61–64)
Esse interrogatório revela essencialmente que nem o Sinédrio judeu nem as autoridades romanas poderiam ter matado Ieshua sem Sua cooperação.
Mesmo alguns dos soldados romanos passaram a acreditar que Ieshua era verdadeiramente o Filho de D-us.
“Quando o centurião e os que com ele guardavam Ieshua viram o terremoto e as coisas que haviam acontecido, ficaram apavorados e disseram: ‘Este homem realmente era o Filho de D-us!’” (Mt 27:54)
Então, para responder à questão de quem matou Ieshua, precisamos apenas olhar para o Seu julgamento para ver que Ele voluntariamente deu às autoridades a “confissão” de que precisavam para condená-lo à morte.
Ieshua, no entanto, disse que deu a vida por vontade própria – para nos salvar de nossos pecados como o Messias prometido.
Ele disse com Suas próprias palavras: “A razão pela qual Meu Pai Me ama é que dou Minha vida – apenas para retomá-la. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Eu tenho autoridade para apresentá-la e autoridade para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai”. (Jo 10:17–18).
Tradução: Mário Moreno
Por Rav. Mário Moreno, fundador e líder do Ministério Profético Shema Israel e da Congregação Judaico Messiânica Shema Israel na cidade de Votorantim. Escritor, autor de diversas obras, tradutor da Brit Hadasha – Novo Testamento e conferencista atuando na área de Restauração da Noiva.
*O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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