Há 30 anos, era muito difícil encontrar o dono de qualquer empresa misturado aos funcionários no chão de fábrica. Era difícil falar com o gerente ou o chefe, pois apenas mandavam em alguém que precisava obedecer sem questionar. Existia uma cadeia de autoridade que não permitia diálogo, conversa ou relacionamento. Cumpria-se e ponto.
Com o passar dos anos, a empresa passou ser chamada de corporação, o chefe passou a ser facilitador e o funcionário passou a atender pelo nome de cooperador. É incrível pensar que as empresas modernas agora preferem ser corpo e atuam fortemente buscando relacionamentos saudáveis, participação e fidelidade de propósitos. Vale ressaltar que tudo isso deveria ser praticado pela igreja, mas ela retrocedeu e se tornou antiquada, atrasada e a prática do relacionamento saudável e sustentável sumiu.
Hoje é comum ao proprietário de uma empresa moderna passear entre seus cooperadores buscando afinidade e ajuste de visão. É comum ao participante do time ter acesso ao facilitador sem que isso provoque ciúmes ou crises relacionais. Todos com um alvo. Será que as empresas não encontraram o caminho certo trazendo para dentro delas as práticas habituais da igreja? Fazendo o que a igreja deveria fazer? A empresa secular adotou o modelo da igreja original e está acertando.
Uma empresa que supre os seus cooperadores em todas as áreas, valoriza o ser humano e investe nele, preocupa-se com o bem estar de seus cooperadores e participa de suas vidas torna-se uma empresa onde todos querem trabalhar. O caminho natural da Igreja foi descoberto pela empresa e funciona, enquanto a igreja entrou no modelo da empresa retrógrada e está caminhando para a improdutividade e falência, enterrando seus talentos. Não há diálogos, conversas, tolerância ou relacionamentos saudáveis. A igreja deixou de ser corpo e está morrendo. O facilitador se tornou complicador e o cooperador se transformou em funcionário, cumpridor de metas sem direitos, infeliz.
Quem são as autoridades espirituais que praticam a afinidade? São acessíveis e compartilham a visão de Deus? Quem são os homens que, unidos por um propósito, não se consomem em cobiça, ciúmes ou avareza? Quem são os agentes que tomam vidas pela mão e as conduzem ao caminho do crescimento? Precisamos ser certificados por Deus.
Respostas que a cada dia ficam mais distantes de serem encontradas pela igreja, enquanto as empresas experimentam e praticam rotineiramente. Este é um texto para fazer pensar, pois enquanto nas empresas modernas falta o cunho espiritual, a palavra de Deus em ação, a igreja, que deveria ter este exemplo, caminha para trás, pois em nada pratica relacionamentos de verdade. Você pode trabalhar em uma empresa onde se sente feliz por ser bem tratado e bem cuidado e pode freqüentar uma igreja onde é infeliz, mal tratado, esquecido e solitário.
Sei que há um propósito de Deus nessas situações. Sabemos que a igreja de Jesus será transformada, mas não será chegada a hora de nos tornarmos participantes do Corpo de Cristo, sendo facilitadores acessíveis e cooperadores com o plano de Deus? Será que não podemos querer ser corpo e mudar nossos conceitos em relação às nossas práticas e atitudes defasadas? A igreja de hoje é um engano total.
O amor surpreenderá principados e potestades se entregarmos nossas vidas pelos irmãos. Sendo apenas um propósito e um só coração, tendo tudo em comum, acreditando no poder de Jesus capaz de nos transformar de verdade, pode ser que tenhamos uma resposta à altura para o mundo. Dá-nos a prática da verdade em amor!
Valdir Ávila S. Junior é pastor, teólogo, músico e produtor musical. Participou com a Ruach Ministries International de viagem missionária à Finlândia com Asaph Borba e Donald Stoll, fundadores do Estúdio Life (RS). Gravou com Adhemar de Campos, Daniel Souza, Gerson Ortega, Gregório McNutt, Nívea Soares, Massao Suguihara, Sostenes Mendes e David Quinlan.
Proprietário da Escola de Educação Infantil e Berçário Cercado de amor, uma escola com princípios cristãos, que cuida de crianças entre zero e cinco ano de idade. www.cercadodeamor.com.br . Foi pastor em Botucatu onde dirigiu grupos relacionados ao louvor congregacional, tais como: dança, libras, backing vocals, coral, músicos e técnicos de áudio. Implantou o Estúdio Voima que já produziu e gravou vários outros trabalhos pelo Brasil. Atualmente é Pastor da Igreja Bíblica Evangélica de Piracicaba, cidade onde reside e tem se dedicado ao ministério da palavra.É integrante do Conselho Editorial da Revista Impacto - Americana. www.revistaimpacto.com .
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