Um grupo de psicólogos australianos lançou um guia oficial pedindo aos pais e professores que incentivem as crianças a questionarem sua identidade de gênero e a apoiarem o casamento gay.
A iniciativa, no entanto, já enfrenta oposição de grupos do país que defendem o casamento original como uma união entre um homem e uma mulher. Estes grupos têm publicado anúncios, advertindo que este tipo de doutrinação entre as crianças pode ter efeitos graves.
O guia da Sociedade Australiana de Psicologia, divulgado na última terça-feira, antes do plebiscito postal nacional de setembro, que irá votar a legalização do casamento gay. O documento encoraja os pais a ensinarem seus filhos que são estudantes já do Ensino Fundamental a apoiarem a prática.
"Outro equívoco é que algumas pessoas se preocupam que as crianças serão prejudicadas quando criadas por casais do mesmo sexo e acreditam que as crianças estão melhores quando têm mãe e pai. Isso não é verdade, mas também é irrelevante para o debate sobre igualdade matrimonial". diz o guia, 'aconselhando' os pais sobre o que eles deveriam contar aos filhos sobre o casamento.
"O que é importante é ter uma família que ama e cuida de você (independentemente do seu gênero ou orientação sexual)", acrescentou.
Além disso, o guia diz aos pais que os seus filhos deve saber "que é bom questionar a orientação sexual de alguém (ou seja, quem é atraído por você) ou a identidade de gênero de alguém, e que existem muitas maneiras diferentes de estar no mundo".
No entanto, grupos que defendem a definição original do casamento advertiram no entanto que não cabe às escolas dar este tipo de ensino às crianças, pois isto seria uma violação do direito dos pais.
"A escola ensinou ao meu filho que ele poderia usar um vestido no ano que vem, se ele sentir vontade de fazer isso", diz um dos pais em um anúncio de vídeo lançado pela 'Coalizão a Ffavor do Casamento' na segunda-feira, que exorta os australianos a votarem 'não' pelo casamento gay.
Outra mulher diz que "as crianças de sete anos de idade estão sendo convidadas a desempenhar papéis em um tipo de 'teatro' que encena um relacionamento homossexual".
Os defensores do casamento no vídeo alertam ainda que "quando o casamento entre pessoas do mesmo sexo passar como lei no exterior, esse tipo de programa se torna generalizado e obrigatório".
A Igreja Católica Romana, o maior grupo religioso da Austrália, rejeitou os argumentos de que votar contra o casamento gay significa um ato "homofóbico".
"É injusto sugerir que aqueles que se opoem à proposta de redefinição do casamento são homofóbicos ou, de alguma forma, não têm profundidade intelectual", escreveu o arcebispo Timothy Costelloe em uma carta no início de agosto. "É injusto sugerir que eles estão tentando forçar seus pontos de vista sobre os outros. É cruel afirmar que essas pessoas são desprovidas de amor, compaixão ou compreensão daquelas que optam por uma relação com uma pessoa do mesmo sexo".
Costelloe acrescentou que a posição de longa data da Igreja sobre o casamento baseia-se em suas "convicções sobre a beleza e a dignidade do casamento entendidas como uma união de um homem e uma mulher para a vida e como a melhor maneira de prover a educação de crianças".
Outros líderes cristãos, como o pastor sênior da Igreja Hillsong, Brian Houston, também pediram aos cristãos que participem do plebiscito nacional e façam suas vozes serem ouvidas.
"Eu acredito que a Palavra de Deus é clara que o casamento é entre um homem e uma mulher. Os escritos do apóstolo Paulo nas Escrituras sobre o tema da homossexualidade também são claros, como mencionei em declarações públicas anteriores", disse Houston em comunicado.