A transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém ainda é uma questão em estudo pelo presidente Jair Bolsonaro, diante da resistência dos países árabes em relação a mudança.
Na manhã desta quinta (28), Bolsonaro citou a possibilidade de abrir um escritório de representação comercial brasileiro em Jerusalém, após evento em comemoração da Justiça Militar, em Brasília.
“Nós talvez abramos agora um escritório de negócios em Jerusalém”, disse o presidente ao ser questionado sobre a promessa feita durante a campanha.
“Por sinal, a questão de Israel, quem define as questões de Estado é o Estado de Israel e ponto final. Trump levou nove meses para decidir, para dar a palavra final para que a embaixada fosse [transferida]”, explicou.
Bolsonaro viajará no fim de semana a Israel e deverá debater o tema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
A mudança da embaixada foi uma promessa de campanha de Bolsonaro, que afirmou que iria seguir os passos do governo de Donald Trump, reconhecendo Jerusalém como capital de Israel. Desde então, os países árabes ameaçaram romper os laços comerciais com o Brasil, que é um dos maiores exportadores de proteína animal “halal”, feita sob princípios de produção e abate islâmicos.
Nesta quarta (27), Bolsonaro voltou a afirmar que a questão da transferência da embaixada está em estudo, mas garantiu que aproximação entre Brasil e Israel é prioritária.
Nos últimos anos, o Brasil vinha tomando posições contrárias a Israel em fóruns da Organização das Nações Unidas (ONU), o que mudou na primeira votação envolvendo a nação judaica, na semana passada.
“Nós já começamos a votar de acordo com a verdade na ONU. Israel, Estados Unidos, Brasil e mais alguns outros países já começaram a votar diferentemente da forma tradicional, que era o lado da Palestina, por exemplo, e defendendo coisas voltadas a Cuba. Nós voltamos a uma realidade. Nós temos direitos humanos de verdade”, afirmou Bolsonaro.