Sob nova orientação em sua diplomacia, o Brasil votou contra uma resolução favorável ao regime da Síria e que condena Israel por violações aos direitos humanos em sua “ocupação” das Colinas de Golã. O território foi anexado por Israel após ser atacado simultaneamente por três países durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Uma das resoluções rejeitadas pelo Brasil pedia justiça diante de supostas violações e crimes por parte de Israel em conflitos registrados em 2018 em Gaza.
Um relatório de 250 páginas dizia que “as forças de segurança de Israel cometeram violações de direitos humanos e de direito humanitário e que estas violações podem constituir crimes de guerra ou crimes contra a humanidade”.
O Brasil votou a favor da criação da investigação internacional, ainda em maio de 2018 e sob o governo de Michel Temer. Mas, na gestão de Bolsonaro, decidiu votar contra. Apenas oito países votaram contra a resolução. O Brasil foi o único latino-americano a tomar tal atitude. Ao lado de Bolsonaro estavam tradicionais aliados dos EUA, como Ucrânia e Austrália, além do governo de extrema-direita de Viktor Orban, da Hungria.
O ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo elogiou a votação do Brasil pró-Israel em sua conta no Twitter. “Apoiar o tratamento discriminatório contra Israel na ONU era uma tradição da política externa brasileira dos últimos tempos. Estamos rompendo com essa tradição espúria e injusta, assim como estamos rompendo com a tradição do antiamericanismo, do terceiromundismo e tantas outras”, escreveu o chanceler.
O deputado Eduardo Bolsonaro, que preside a Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal demonstrou sua aprovação à nova diplomacia. “Parabéns ao Brasil, que após muito tempo votou a favor de Israel, que ontem enfrentou na Comissão de Direitos Humanos da ONU uma tentativa de punição por ter reagido a ataques terroristas. Brasil votou junto com Israel, Austrália, EUA, Áustria, Hungria, dentre outros”, escreveu no Twiiter.
Segundo o UOL, desde 2006, 29 resoluções contra Israel foram colocadas à votação no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Os diferentes presidentes do Brasil – Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer – votaram a favor de todas elas.
No final do mês, Jair Bolsonaro cumpre sua terceira agenda oficial como presidente do Brasil com a visita a Israel.