O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, anunciou na ONU (Organização das Nações Unidas) uma série de ações que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva pretende implementar contra Israel.
As medidas acontecem em resposta ao que o Brasil qualifica como indícios de “potencial genocídio”, “crimes de guerra” e reiteradas violações aos direitos humanos no contexto do conflito na Faixa de Gaza.
Segundo o chanceler, o governo Lula vai adotar novas restrições na relação bilateral com Israel, nos campos político, jurídico, diplomático, militar e comercial.
Entre as medidas está o controle e investigação sobre importações de produtos originários de "assentamentos ilegais" na Cisjordânia.
Além disso, o Brasil pretende bloquear as exportações de produtos de defesa fabricados no Brasil para Tel-Aviv (o governo já tinha barrado a compra de equipamentos israelenses, como os 36 obuseiros Atmos, pelas Forças Armadas brasileiras).
Nos últimos dias, o Palácio do Planalto sinalizou a intenção de reduzir ao mínimo os vínculos diplomáticos com Israel. Como parte desse movimento, o governo brasileiro retirou seu embaixador de Tel Aviv e passou a recusar a acreditação de um novo representante diplomático nomeado pela administração Netanyahu para atuar em Brasília.
Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro, pregou adoção de medidas “severas” em comércio, mas sem rompimento total de relações diplomáticas. Assessor especial de Lula, Amorim cogitou até a suspensão do acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel, informou o Estadão.
Comunidade judaica
Desde o início da guerra, Lula vem sendo criticado por líderes e entidades judaicas após comparar as ações de Israel ao nazismo – declaração que intensificou tensões e levou o país a considerar sua presença indesejável (persona non grata).
Nesta terça-feira, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) manifestou críticas à decisão do governo brasileiro de se desligar da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), organização da qual o país participava como membro observador desde 2021.
“A medida representa um retrocesso moral e diplomático, enfraquece o compromisso internacional do Brasil com a preservação da memória do Holocausto e abre caminho para o enfraquecimento de esforços globais no combate ao antissemitismo”, diz a Conib.
“A decisão do governo brasileiro acontece em meio ao aumento vertiginoso dos casos de antissemitismo e ódio contra judeus no Brasil e no mundo.”
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