A mudança da embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém irá acontecer em maio, conforme um anúncio feito na última sexta-feira (23). A data prevista para a inauguração é no Dia da Independência de Israel, em 14 de maio.
“Estamos empolgados em dar esse passo histórico e aguardamos antecipadamente à abertura em maio”, disse a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, sobre a inauguração que irá coincidir com o 70º aniversário de Israel.
A embaixada em Jerusalém será transferida gradualmente para as instalações do consulado americano que já existe no bairro de Arnona. A previsão é que até o final de 2019, um novo anexo da embaixada seja aberto no complexo de Arnona.
O consulado em Jerusalém Oriental continuará servindo os palestinos e, por razões de segurança, o embaixador dos EUA, David Friedman, continuará morando em Herzliya, em Tel Aviv, e irá se mudar para a embaixada deslocada, revelou um funcionário anônimo.
A abertura da embaixada dos EUA em maio irá acontecer mais cedo do que o previsto — o vice-presidente do país, Mike Pence, disse ao Parlamento de Israel no último mês que a mudança ocorreria até o final de 2019.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, saudou o anúncio dos EUA e considerou a última sexta-feira como “um excelente dia para o povo de Israel”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como capital de Israel em dezembro do ano passado, provocando a fúria dos aliados árabes em Washington e dos palestinos que proclamam a parte leste da cidade como sua capital.
Com o reconhecimento dos EUA, que nunca foi feito por nenhum outro país, surgiram conflitos entre a nação americana e a União Europeia em relação aos esforços de paz no Oriente Médio.
Os palestinos reagiram com raiva à notícia da inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém. “Este é um passo inaceitável. Qualquer movimento unilateral não dará legitimidade a ninguém e será um obstáculo para qualquer esforço de criar a paz na região”, disse Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas.
O status de Jerusalém, que abriga locais sagrados para muçulmanos, judeus e cristãos, tem sido um dos problemas mais espinhosos dos esforços de paz do Oriente Médio.
Em discurso na sexta-feira durante uma reunião entre conservadores em Washington, Trump falou sobre sua decisão, esclarecendo que sofreu uma enorme pressão para fazer a mudança.
“Eu dei minha palavra de que iria fazer isso. Eu fui atingido por mais países e mais pressão e mais pessoas ligando, me implorando: ‘Não faça isso. Não faça isso. Não faça isso’”, disse Trump. “Eu disse que temos que fazer isso. É a coisa certa a fazer. É o que é certo, temos que fazer. E eu fiz isso”.
Protestos contra a posição de Trump sobre Jerusalém foram iniciados em Gaza e na Cisjordânia na sexta-feira. Funcionários oficiais da Palestina disseram que pelo menos 20 palestinos, a maioria deles em Gaza, foram mortos em manifestações contra a decisão de Trump desde seu anúncio, em 6 de dezembro.