Em meio aos conflitos que cercam o Monte do Templo, em Jerusalém, a Igreja Católica condenou Israel e defendeu que não houve violência por parte dos palestinos.
No domingo (23), o Papa Francisco pediu “moderação e diálogo” após tensões surgidas em decorrência das novas medidas de segurança impostas por Israel em torno do Monte do Templo.
“Sinto a necessidade de expressar uma forte chamada à moderação e ao diálogo. Eu os convido a que se unam a mim na oração, para que o senhor inspire todos propósitos de reconciliação e paz”, declarou o papa.
No dia 14 de julho, três terroristas palestinos mataram dois policiais israelitas enquanto guardavam a entrada do Monte do Templo. Os três criminosos foram baleados pela polícia israelense e acabaram mortos.
Logo após o ataque, o acesso à Cidade Velha ficou fechado e foi reaberto no sábado (15) após a instalação de detectores de metal. A medida provocou revolta entre os palestinos e discordâncias entre Israel e Jordânia, responsável pela administração da Mesquita de Al Aqsa.
No fim da última semana, homens de origem palestina com menos de 50 anos tiveram barrada a entrada no local, o que provocou revolta entre os palestinos. Os confrontos deixaram três palestinos mortos e pelo menos 300 feridos.
Na noite de sexta-feira, três israelenses foram assassinados por um palestino durante o jantar do Shabat em sua casa de uma colônia israelense em território ocupado. Uma idosa também foi gravemente ferida.
Diante da crescente violência, o Patriarcado Latino de Jerusalém publicou uma declaração assinada pelos chefes de todas as comunidades católicas em Jerusalém, condenando Israel e favorecendo os palestinos. A declaração se referiu ao local por seus nomes árabes, desconsiderando qualquer conexão judaica com o Monte do Templo.
“Nós, Chefes das Igrejas em Jerusalém, expressamos a nossa séria preocupação com a recente escalada de violência em torno do Al-Haram ash-Sharif e nossa tristeza pela perda da vida humana”, disse o comunicado. “Condenamos veementemente qualquer ato de violência”.
“Valorizamos a continuação da custódia do Reino Haxemita da Jordânia na Mesquita de Al-Aqsa e nos lugares sagrados de Jerusalém e da Terra Santa, o que garante o direito de todos os muçulmanos a terem acesso livre à Mesquita de Al-Aqsa de acordo com o Status Quo”, continuaram os líderes.