O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas na terça-feira que o Hezbollah está abrigando armas perto do Aeroporto Internacional de Beirute e alertou que isso poderia causar outra explosão catastrófica na capital libanesa.
Netanyahu acusou o Hezbollah de “manter um depósito secreto de armas” no bairro de Beirute, em Janah. Durante seu discurso, ele apontou para mapas que supostamente mostram a localização do depósito de mísseis a “cinquenta metros” de um posto de gasolina e residências. Netanyahu também mostrou uma foto do que ele afirma ser a entrada da fábrica de mísseis do Hezbollah.
"É aqui que ocorrerá a próxima explosão, bem aqui", disse ele mostrando parte do mapa.
Netanyahu pediu aos moradores do bairro que protestassem contra o Hezbollah, que é apoiado pelo Irã.
"Israel não quer prejudicá vocês. Mas o Irã quer. O Irã e o Hezbollah colocaram vocês e suas famílias em grave perigo deliberadamente. E o que vocês devem deixar claro é que o que eles fizeram é inaceitável. Vocês devem dizer a eles: 'derrubem esses depósitos’”, declarou o primeiro-ministro.
Após o discurso de Netanyahu, as Forças de Defesa de Israel divulgaram mapas detalhados do local e de dois outros depósitos de mísseis que estariam em bairros residenciais. Os militares descreveram os três como locais de fabricação de mísseis guiados com precisão, mas não deram nenhuma outra evidência e não disseram o quão avançado é o programa de fabricação.
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, negou as alegações de Netanyahu e o acusou de "mentir" sobre o suposto depósito de armas secretas.
“Não colocamos mísseis nem no porto de Beirute ou perto de um posto de gasolina e sabemos bem onde colocaremos nossos mísseis”, disse Nasrallah.
O Hezbollah convidou os meios de comunicação a checar imediatamente o local, onde encontraram maquinário pesado em uma pequena fábrica, mas nenhuma evidência de armas.
"Esta instalação é uma instalação industrial normal nesta área, presente aqui há talvez dezenas de anos", disse o porta-voz do Hezbollah, Mohammed Afif.
No mês passado, um depósito cheio de 3.000 toneladas de nitrato de amônio explodiu no porto de Beirute, matando quase 200 pessoas, ferindo milhares e deixando centenas de milhares desabrigados.
O produto químico ficou armazenado no depósito por anos. Ninguém assumiu a responsabilidade pela explosão, que teria sido provocada por um incêndio acidental.
No entanto, alguns colocaram a culpa no Hezbollah. Há muito tempo, Israel afirma que o grupo terrorista mantém material perigoso em áreas residenciais de Beirute e do sul do Líbano. Ambas as áreas são redutos de apoio ao grupo terrorista apoiado pelo Irã.
O presidente francês Emmanuel Macron repreendeu no domingo o Hezbollah e os líderes libaneses por não estarem dispostos a deixar de lado interesses pessoais e religiosos para permitir a ajuda internacional no Líbano. O Líbano está mergulhado em uma crise econômica, agravada pela explosão do mês passado. Macron alertou sobre uma nova guerra civil no Líbano se os líderes não aprovarem reformas urgentes.