O Chosen People Ministries (CPM) é um grupo messiânico que trabalha pregando o Evangelho a judeus. Recentemente, eles voltaram de uma missão na fronteira ucraniana.
E, nesta semana, o grupo anunciou que pretende visitar Nova York para a pregação do Evangelho por lá. Isso causou um grande desconforto para os judeus moradores da cidade. Para eles, o que o CPM faz é algo “muito desrespeitoso”.
Para o fundador do Grupo Anti-Missionário Beyneynu, Shannon Nuszen, as campanhas do CPM são “agressivas”. Sua crítica se refere ao material evangelístico enviado recentemente para casas nos bairros judeus fortemente ortodoxos, em Monsey e Spring Valley, em Nova York.
Conteúdo “ofensivo” para os judeus
Alguns panfletos enviados continham a seguinte frase: “Nosso amigos judeus são um povo especial”. Na sequência, era oferecido um treinamento sobre como abordar pessoas e compartilhar o Evangelho com elas.
Esse tipo de material é considerado ofensivo para os judeus ortodoxos, já que representa uma tentativa de desviá-los de sua fé.
Sobre a ida do grupo messiânico à Ucrânia, as críticas também aconteceram. O rabino Tovia Singer, que estuda o movimento messiânico há mais de 40 anos, disse que os missionários na fronteira estão “armando a ajuda humanitária para evangelizar os explorados”.
O motivo para tanto ressentimento por parte dos grupos judaicos é que, para eles, os messiânicos tentam confundir as linhas entre o judaísmo e o cristianismo.
Críticas aos missionários messiânicos
“Para muitos judeus, a crença em Jesus é desqualificante”, explicou em certa ocasião, Alan Cooperman,diretor de pesquisa religiosa no Pew Research Center.
Gavriel Sanders, um ex-ministro evangélico protestante, que mais tarde se converteu ao judaísmo e agora ensina hebraico em Long Island, disse que os missionários messiânicos estão cometendo “genocídio espiritual”.
Sanders ainda diz que “muitos missionários têm um roteiro bem ensaiado”, conforme o Jerusalem Post. E o rabino Singer acusa os messiânicos de se apropriarem indevidamente de símbolos judaicos.
Nuszen ainda reforça suas críticas dizendo que enquanto os judeus ortodoxos são firmes em seu judaísmo, os missionários messiânicos buscam convertidos que estão entre os mais vulneráveis, incluindo viúvas e crianças. “Apreciamos o mundo cristão, mas isso é simplesmente desrespeitoso”, ele disse.
O problema da intolerância
Enquanto evangélicos e outros cristãos são recebidos como amigos pela maioria dos setores israelenses, os judeus messiânicos são geralmente hostilizados.
Em Israel, judeus que seguem Jesus “são considerados cidadãos de segunda classe”, conforme explicou o líder messiânico Eitan Shishkoff, de acordo com o Revive Israel.
Esse tipo de rejeição existe porque a maioria dos judeus associam o cristianismo a algo negativo. “Podemos protestar que ‘Jesus era judeu’ e ‘a Nova Aliança é baseada nas Escrituras Hebraicas, tendo como contexto a Israel do primeiro século’. Mas esses fatos ainda são em grande parte desconhecidos”, lamentou.
Mas, segundo Eitan, a situação está mudando por causa da atuação de jovens judeus messiânicos e do apoio das igrejas evangélicas de várias nações.