Sob comando da presidente interina Jeanine Áñez, a Bolívia anunciou nesta quinta-feira (28) o restabelecimento das relações diplomáticas com Israel. O contato com o país do Oriente Médio estava rompido desde 2009, ainda sob o governo de Evo Morales.
A chanceler boliviana Karen Longaric afirmou que o governo interino pretende "retificar todo o mal que fez o governo anterior". Em 10 de novembro, Evo renunciou à Presidência sob pressão de opositores e de militares e conseguiu asilo no México.
“O menos que se podia esperar deste governo era retificar a política externa, uma política externa extraviada e que não atendia aos interesses próprios do Estado e era altamente ideologizada”, declarou chanceler boliviana.
Após Longaric anunciar o restabelecimento de relações com Israel, o chanceler israelense, também provisório, Yisrael Katz, acolheu “com satisfação” esta decisão, informa a agência AFP.
Desde que assumiu o poder, há duas semanas, Áñez rapidamente buscou se diferenciar da política externa de seu antecessor: distanciou-se de Cuba e Venezuela, aliados políticos de Morales, ao expulsar 725 médicos cubanos e reconhecer Juan Guaidó como presidente interino venezuelano após romper relações com Nicolás Maduro.
Áñez assinou no domingo a lei que anula as eleições presidenciais ocorridas em outubro — que terminaram com a vitória de Evo cercada de denúncias de fraude — e convoca uma nova votação para eleger o próximo presidente da Bolívia.
Relações da Bolívia com os EUA
Na terça-feira, o governo provisório da Bolívia nomeou o embaixador Oscar Serrate para ocupar a embaixada do país nos Estados Unidos. O presidente Donald Trump reconhece Jeanine Áñez como chefe transitória do Executivo.
A mudança é relevante para a relação entre os dois países que, no governo Evo, enfrentou desgastes. Em 2008, o então presidente boliviano expulsou Philip Goldberg da embaixada dos EUA na Bolívia, acusando-o de apoiar um movimento de direita que supostamente pretendia dividir o país.