Palestinos decretam 3 dias de fúria, por Trump reconhecer Jerusalém como capital de Israel

O líder palestino do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, disse que a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém 'ultrapassa linhas vermelhas'.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: quarta-feira, 6 de dezembro de 2017 às 14:51
Terroristas ligados ao Hamas desfilam com armas. (Foto: Jornal Correio do Brasil)
Terroristas ligados ao Hamas desfilam com armas. (Foto: Jornal Correio do Brasil)

Oficiais da Casa Branca estão confirmando que o presidente Trump anunciará na tarde desta quarta-feira (6), planos para reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e também direcionar o Departamento de Estado para começar a mover a embaixada dos EUA em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém.

Eles dizem que nenhum limite oficial dentro de Jerusalém mudará e isso será deixado sob decisão dos israelenses e palestinos.

Os funcionários da Casa Branca têm afirmado que essa mudança da embaixada norte-americana baseia-se no "reconhecimento da realidade", afirmando que Jerusalém foi o lugar de poder de Israel nas últimas sete décadas. O anúncio de Trump cumpre sua grande promessa de campanha, que afirmava que ele mudaria a embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém.

Os membros da administração do governo Trump dizem que eles estão muito comprometidos com o processo de paz do Oriente Médio e acreditam que houve progressos nos bastidores. No entanto, os oficiais da Casa Branca acreditam que a posição de "ambiguidade" dos Estados Unidos em questões relacionadas a Jerusalém e a embaixada não ajudaram a avançar as perspectivas de paz nas últimas décadas.

A Administração ainda não teria se decidido onde exatamente a embaixada dos EUA será construída em Jerusalém, reconhecendo que a conclusão desta mudança pode realmente levar anos.

O Departamento de Estado será encarregado de elaborar um plano para encontrar um local para a embaixada e construí-la. Até então, o presidente continuará a assinar as isenções exigidas nos termos da lei dos EUA para manter a embaixada em Tel Aviv, até que o projeto seja concluído.

Quando perguntado o que aconteceria se o presidente Trump não estivesse no cargo antes da construção da embaixada, os funcionários da administração apontaram que, uma vez que a construção de uma embaixada começa, geralmente não é interrompida.

David Brody, da CBN News, perguntou à Secretária de Imprensa, Sarah Huckabee Sanders, durante o briefing de terça-feira da Casa Branca sobre como o presidente chegou definitivamente a esta decisão. Ela respondeu que era um "processo cauteloso e interagencial".


Reação terrorista
 
O líder palestino do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, disse que a mudança da embaixada dos EUA em Jerusalém "ultrapassa linhas vermelhas". Ele afirmou que Israel estaria "inflamando a centelha de raiva contra a ocupação", caso Trump decida reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
 
O consulado dos EUA em Jerusalém diz que, como os palestinos estão convocando "três dias de fúria" diante da iminência do reconhecimento de Jerusalém, os cidadãos americanos estão sendo proibidos de viajar por certas áreas de Israel e áreas vizinhas.
 
"Com pedidos generalizados de manifestações a partir do dia 6 de dezembro em Jerusalém e na Cisjordânia, os funcionários do governo dos EUA e seus familiares não etsão autorizados a realizar viagens pessoais na Cidade Velha de Jerusalém e na Cisjordânia, incluindo Belém e Jericó, até segunda ordem", comunicou o consulado.
 
A Autoridade Palestina e os governos árabes disseram que mudar a embaixada causaria problemas na região.
 
Abbas advertiu Trump sobre as "consequências perigosas que tal decisão teria no processo de paz, à segurança e estabilidade da região e do mundo", disse Rdainah.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, também descreveu o status de Jerusalém como uma "linha vermelha" para os muçulmanos, o que poderia levar o país a romper as relações diplomáticas com Israel. A União Européia também advertiu sobre "graves repercussões".
 
A notícia de que o presidente Trump reconhecerá Jerusalém como a capital de Israel é uma resposta às orações de muitos cristãos.
 
"Nunca houve um momento mais urgente para que a Igreja orasse pela paz de Jerusalém do que agora. Eu digo isso como evangélico. Eu digo isso agora como um cidadão israelense e um residente de Jerusalém", disse Joel Rosenberg.

"Essas questões são explosivas. Então, como a igreja leu, como falamos sobre isso, como agimos em relação a pessoas com quem discordamos e como oramos: isso importa", continuou ele.

A Aliança de Rosenberg para a Paz de Jerusalém está trabalhando para educar a próxima geração de cristãos sobre a importância bíblica de Israel como uma Terra Santa.


Mas por que tanta controvérsia?

A cidade de Jerusalém, em seu próprio nome, carrega a ideia de "terra de paz", mas a realidade registrada em sua história contradiz este sentido.

Sendo uma das cidades mais antigas do mundo e até mesmo aquela que arrancou lágrimas do próprio Jesus Cristo - Lucas 19:41-44 - Jerusalém também é considerada um local sagrado para três religiões: judaísmo, cristianismo e islamismo.

Atualmente, ela é considerada um local "neutro", porém de grande tensão entre judeus e palestinos - com ambos reivindicando sobre a cidade o status de capital definitiva de suas populações.

Como forte aliado histórico de Israel, os Estados Unidos reforçaram seus laços com a nação judaica, quando Trump prometeu já em sua campanha eleitoral, que reconheceria Jerusalém como capital israelense. Como prova disso, mudaria a embaixada norte-americana de Tel-Aviv para a cidade milenar.

Apesar da pronta aprovação do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a reação da Liga Árabe e da Autoridade Palestina não foi positiva.

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