No entardecer desta quarta-feira (19), judeus do mundo inteiro terminam a celebração do Yom Kipur (também chamado de Dia do Perdão), uma das datas mais importantes do judaísmo.
Este é o terceiro ano que a data é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que estabeleceu o Yom Kipur como feriado oficial em 2015, após esforços diplomáticos de Israel com apoio dos Estados Unidos.
Antes de reconhecer o Yom Kippur, a ONU já reconhecia outras datas religiosas como feriados oficiais, como as celebrações cristãs do Natal e Sexta-feira Santa e as muçulmanas Eid al-Fitr e Festa do Sacrifício.
Durante o Dia do Perdão, não há reuniões oficiais na ONU e funcionários judeus podem faltar ao trabalho, sem perder um dia de férias.
Para o fundador da Coalizão Europeia para Israel, Tomas Sandell, o movimento da ONU em reconhecer o Yom Kipur tem significado político e espiritual.
“Politicamente, este é o primeiro passo para dar aos judeus o mesmo respeito que os cristãos e muçulmanos por seus feriados. Mas é apenas um primeiro passo”, disse Sandell à CBN News.
“Espiritualmente, creio que há um significado profético ver que as nações estão gradualmente se adaptando ao calendário bíblico de Deus, aos tempos designados por Ele”, acrescentou.
Segundo Sandell, o “Yom Kipur tem uma mensagem que vai além do judaísmo”.
A Bíblia explica o significado do Yom Kipur em Levítico 23:26-32: “O décimo dia deste sétimo mês é o Dia da Expiação. Façam uma reunião sagrada e humilhem-se, e apresentem ao Senhor uma oferta preparada no fogo. Não realizem trabalho algum nesse dia, porque é o Dia da Expiação, quando se faz propiciação por vocês perante o Senhor, o Deus de vocês.”
Homenagem
Embora a ONU tenha se posicionado contra Israel em diversas questões políticas nos últimos anos, na semana passada, pouco antes do Ano Novo Judaico (Rosh Hashaná), os judeus foram homenageados por dezenas de embaixadores e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em Nova York.
Eles fizeram parte da celebração judaica “Tashlich”, um ritual que se realiza no primeiro dia do Rosh Hashaná para agradecer a Deus pelos pecados lançados nas profundezas do mar (Miquéias 7:18-20).
“Com o início do Ano Novo Judaico, a ONU também está começando um novo ano”, declarou o embaixador israelense na ONU, Danny Danon, que organizou o evento com apoio da Coalizão Europeia para Israel.
António Guterres aproveitou a celebração para “oferecer bênçãos ao povo judeu”.