Um tribunal israelense estabeleceu um prazo de 60 dias para o conselho nomeado pela Jordânia, que supervisiona os locais sagrados muçulmanos em Jerusalém, fechar a estrutura que seria transformada em uma mesquita no Monte do Templo.
Em fevereiro, muçulmanos deram início ao plano de construir uma mesquita na estrutura da Porta Dourada, um dos oito portões das muralhas da Cidade Velha de Jerusalém. No último domingo (17), o Tribunal de Magistrados de Jerusalém ordenou o fechamento do local.
Israel fechou a estrutura em 2003, após ter sido usada por um grupo ligado a militantes do Hamas. O Waqf reabriu a área recentemente para reuniões muçulmanas, levando a confrontos entre palestinos e policiais israelenses.
O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia pediu a Israel que rescinda sua “perigosa” ordenança de encerramento, alegando que a área “não está sujeita à jurisdição israelense” e está sob a “autoridade exclusiva do Waqf”.
Significado profético
A Porta Dourada permitia passagem direta ao local exato onde estava o Templo de Salomão. Ela foi fechada em 1541 por ordem do sultão otomano Solimão, o Magnífico, porque, segundo as profecias do Antigo Testamento, seria esse portão que o Messias iria utilizar para entrar em Jerusalém.
Os muçulmanos criaram um cemitério fora do portão para evitar a passagem do Messias, já que os sacerdotes judaicos se tornam impuros ao se aproximem dos mortos.
O que judeus e muçulmanos não sabem, no entanto, é que o Messias já passou pela Porta Dourada. Muito antes de ser selada pelos otomanos, Jesus Cristo entrou pelo portão em Jerusalém por volta de 30 a.C, no episódio conhecido como “Entrada Triunfal”.
Segundo os Evangelhos, Jesus vinha do Monte das Oliveiras em direção a Jerusalém, montado em um jumentinho, quando o povo lançou roupas no chão, assim como pequenos ramos de árvores, para recebê-lo.