Trump suspende mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém

Uma das principais promessas de Trump à Israel foi adiada, a fim de abrir caminhos para uma negociação de paz entre palestinos e israelenses.

Fonte: Guiame, com informações de The GuardianAtualizado: quinta-feira, 1 de junho de 2017 às 19:10
Presidente dos EUA Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, em Jerusalém. (Foto: Ronen Zvulun/Reuters)
Presidente dos EUA Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, em Jerusalém. (Foto: Ronen Zvulun/Reuters)

O presidente Donald Trump decidiu não transferir agora a embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém, apesar do forte apelo das autoridades israelenses nos últimos dias.

Segundo um anúncio feito pela Casa Branca nesta quinta-feira (1º), Trump assinou a renúncia da Lei da Embaixada de Jerusalém, aprovada pelo senado americano em 1995, mas nunca implementada devido à oposição dos presidentes antecessores Bill Clinton, George Bush e Barack Obama.

Embora a decisão frustre uma das principais promessas de sua campanha eleitoral, Trump explica que o adiamento de seis meses pode maximizar as chances de um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

"O presidente Trump tomou esta decisão para maximizar as possibilidades de negociar com êxito um acordo entre Israel e os palestinos", afirmou a Casa Branca em comunicado, que enfatiza que o passo não deve ser considerado uma retirada do forte apoio de Trump a Israel.

O governo insistiu que se trata de um atraso, não de um cancelamento. “É uma questão de quando, não se iremos mover a embaixada”, disse um oficial americano, acrescentando que o presidente “não considera que este seja o momento certo”.

Em um comunicado, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a assinatura da renúncia iria apenas dificultar o processo de paz.

“Assim como as embaixadas de todos os países que temos relações diplomáticas, a embaixada americana deve estar em Jerusalém, nossa capital eterna”, disse o anúncio. “Manter embaixadas fora da capital apenas nos distancia da paz, ajudando manter viva a fantasia palestina de que o povo judeu não têm ligação com Jerusalém”.

Por outro lado, a notícia foi bem recebida pelas autoridades palestinas como um importante passo para a promoção da paz.

“Estamos prontos para iniciar o processo de consulta com a administração americana. Nós somos sérios e sinceros sobre nossos esforços para uma paz justa e duradoura”, disse o embaixador da Palestina em Washington, Hussam Zomlot.

Movimento controverso

A mudança da embaixada americana para Jerusalém é considerada controversa, pois seria vista como um reconhecimento por parte dos EUA da soberania israelense sobre toda a cidade de Jerusalém.

Embora o lado leste de Jerusalém tenha sido conquistado por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, os palestinos reivindicam o leste da cidade como futura capital para uma solução de dois Estados.

A decisão de não mudar a embaixada neste momento não foi completamente inesperada. Embora Trump tenha prometido a mudança da embaixada em seu primeiro dia como presidente, diplomatas e funcionários indicaram que ele estava analisando a questão.

Por mais que a administração Trump tenha informado que está procurando maneiras de cumprir sua promessa, sua decisão está sendo encarada como um golpe pelo governo de Netanyahu.

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