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Israel e Hamas assinam acordo de paz; presidente israelense cita profecia de Jeremias

Após 2 anos de conflito, Israel e Hamas firmam a 1ª fase do acordo de paz que cessar-fogo prevê libertação de reféns.

Fonte: Guiame, com informações de BBC NewsAtualizado: quinta-feira, 9 de outubro de 2025 às 13:14
Marcha por Israel nos EUA. (Foto: Ilustração/tedeytan/Wikimedia Commons)
Marcha por Israel nos EUA. (Foto: Ilustração/tedeytan/Wikimedia Commons)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (8) que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do acordo de paz para a Faixa de Gaza, que pode representar um passo decisivo rumo ao fim do conflito na região.

Segundo Trump, após intensas negociações no Egito, Israel e o Hamas concordaram com a primeira fase de um plano de paz proposto pelos EUA.

"Isso significa que todos os reféns serão libertados muito em breve, e Israel vai retirar suas tropas até uma linha acordada", informou Trump ao anunciar o acordo nas redes sociais.

Ele também destacou que "todas as partes" seriam tratadas de forma justa e descreveu o pacto como "os primeiros passos rumo à paz duradoura".

Para Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, o momento foi "um grande dia para Israel". Ele observou que seu governo se reunirá nesta quinta-feira (9) para aprovar o acordo e "trazer todos os nossos queridos reféns de volta para casa".

Já o Hamas, ao confirmar o anúncio, afirmou que o pacto "encerra a guerra em Gaza, garante a retirada completa das forças de ocupação, permite a entrada de ajuda humanitária e estabelece uma troca de prisioneiros".

Após a divulgação da notícia, Isaac Herzog, presidente de Israel, compartilhou no X: “Neste momento, o coração de Israel bate em uníssono com o dos reféns e suas famílias”.

Em seguida, o presidente citou a passagem bíblica descrita no livro de ‭‭Jeremias‬ ‭31‬:‭16‬-‭17‬, que diz: “Assim diz o Senhor: ‘Reprima a sua voz de choro e enxugue as lágrimas de seus olhos, porque o seu trabalho será recompensado’, diz o Senhor; ‘pois os seus filhos voltarão da terra do inimigo. Há esperança para o seu futuro’, diz o Senhor, ‘porque os seus filhos voltarão para a sua própria terra.’”

E destacou: “Eles retornarão da terra do inimigo e os filhos retornarão às suas fronteiras”.

O anúncio ocorre dois anos e dois dias após o ataque de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas invadiram o território israelense, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar contra o grupo na Faixa de Gaza.

Entenda o acordado

Conforme a BBC News, o que foi firmado corresponde à primeira fase de um plano de paz anunciado pelo presidente Donald Trump na Casa Branca, na última semana, ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Desta vez, Trump teria demonstrado forte determinação em avançar com o acordo, utilizando a influência dos Estados Unidos para impulsionar o processo e garantir o envolvimento de todas as partes.

O Hamas também enfrentou intensa pressão internacional. Países árabes e muçulmanos manifestaram apoio à proposta americana, e as negociações contaram com a participação ativa do Egito, Catar e Turquia.

Como Israel e o Hamas não mantêm contato direto, as tratativas foram mediadas pelo enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, pelo genro de Trump, Jared Kushner, e por representantes dos países envolvidos.

Próximos passos

Nesta quinta-feira (9), o governo de Israel deve votar o acordo. Caso seja aprovado, Israel iniciará a retirada gradual de suas tropas da Faixa de Gaza até a área definida no entendimento, segundo informou um alto funcionário da Casa Branca à emissora CBS News.

Ainda conforme a fonte, a retirada militar deve ocorrer em até 24 horas. Após essa etapa, começará uma contagem de 72 horas para que os terroristas do Hamas liberte os reféns que permanecem em cativeiro.

A expectativa é que a libertação dos primeiros reféns comece já na próxima segunda-feira (13).

Segundo o Canal 12 de Israel, em publicação no X (antigo Twitter), o presidente Donald Trump deve desembarcar em Israel no próximo domingo (12), a convite do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, para realizar um discurso no Parlamento israelense (Knesset).

A reação do público a primeira fase do acordo de paz

Parentes de reféns israelenses receberam o anúncio do acordo com esperança e aprovação. Eli Sharabi, que perdeu a esposa e os filhos no conflito e ainda aguarda a devolução do corpo de seu irmão, Yossi, retido pelo Hamas, compartilhou: “Alegria imensa, mal posso esperar para ver todos em casa”.

A mãe do refém Nimrod Cohen também expressou emoção nas redes sociais: “Meu filho, você está voltando para casa”.

Na Faixa de Gaza, houve comemorações após o anúncio. "Graças a Deus pelo cessar-fogo, pelo fim do derramamento de sangue e das mortes", disse Abdul Majeed abd Rabbo, morador da cidade de Khan Younis, no sul do território, à agência de notícias Reuters.

E acrescentou: “Não sou o único feliz; toda a Faixa de Gaza está feliz, todo o povo árabe, todo o mundo está feliz com o cessar-fogo e o fim do derramamento de sangue”.

Líderes internacionais também manifestaram apoio. O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, classificou o acordo como “um passo muito necessário rumo à paz” e pediu que todas as partes “respeitem os termos do plano”.

No Congresso dos Estados Unidos, parlamentares demonstraram cauteloso otimismo. “O primeiro passo foi dado, e todas as partes precisam garantir que isso leve a um fim duradouro da guerra”, declarou o senador Chris Coons, do Partido Democrata, em publicação no X.

O senador James Risch, do Partido Republicano e presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, considerou o acordo bem-vindo e afirmou que aguarda conhecer os detalhes do plano.

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