As celebrações do Dia de Jerusalém, encerradas na noite de segunda-feira (10), foram marcadas por confrontos na Cidade Velha de Jerusalém e no Monte do Templo, quando foguetes foram disparados contra a capital de Israel.
Para acalmar as tensões, a polícia israelense decidiu mudar a rota da marcha da bandeira do Dia de Jerusalém, impedindo manifestantes de entrarem na Cidade Velha pelo Portão de Damasco. Ainda assim, logo após o anúncio, houve confrontos entre a polícia e centenas de jovens palestinos no Portão de Damasco.
“Uma luta está ocorrendo agora no coração de Jerusalém”, disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante uma cerimônia em homenagem à memória dos judeus etíopes que morreram a caminho de Israel.
“Esta não é uma luta nova, é uma luta entre a intolerância e a tolerância; entre a violência transgressora da lei e a lei e a ordem”, acrescentou Netanyahu, que convocou uma reunião no gabinete de segurança na segunda devido ao aumento das tensões.
Netanyahu enfatizou que somente sob a soberania israelense, desde 1967, Israel está “testemunhando um período longo, estável e seguro em que trabalhamos para garantir a liberdade de culto e tolerância para todos”.
Tumultos agitaram o Monte do Templo ao longo do dia, enquanto palestinos atacavam policiais israelenses com pedras e fogos de artifício. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e balas de borracha, fazendo barricadas em prédios no monte.
Segundo o Crescente Vermelho da Palestina, mais de 700 palestinos ficaram feridos nos confrontos na região, sendo 600 deles feridos em Jerusalém. A polícia de Israel relatou que 32 policiais ficaram feridos nos confrontos.
Os palestinos gritaram nos alto-falantes da mesquita: “Os colonos (judeus) só passarão por cima de nossos cadáveres” e “al-Aqsa está contaminada”, disse a mídia palestina.
Incêndio no Monte do Templo
Imagens que viralizaram nas redes sociais mostram judeus dançando e cantando em frente ao Muro das Lamentações, em celebração ao Dia de Jerusalém na noite de segunda, enquanto uma árvore estava em chamas no Monte do Templo.
De acordo com a Polícia de Jerusalém, o incêndio foi causado acidentalmente devido a fogos de artifício lançados por palestinos. As chamas foram apagadas em 30 minutos e não causaram danos à mesquita de al-Aqsa.
O analista e ex-general Amos Yadlin, em entrevista ao Canal 12, advertiu que a imagem pode ser facilmente tirada de contexto e usada para fomentar mais agitação contra Israel.
Nas redes sociais, os defensores explicaram que os judeus, de camisas brancas, estavam celebrando a reunificação de Jerusalém em 1967 — não o incêndio. Os críticos afirmam que o incêndio aponta o início do controle de judeus sobre o complexo de al-Aqsa, considerado o terceiro local mais sagrado do Islã.
Outros confrontos
Na manhã de segunda-feira, um carro dirigido por um judeu foi atacado por pedras, próximo ao Portão do Leão na Cidade Velha de Jerusalém. O motorista perdeu o controle e desviou para a calçada, atropelando um manifestante palestino.
Depois que o carro parou, mais palestinos se aproximaram e continuaram atacando o motorista e outro passageiro. Um policial chegou rapidamente ao local para resgatar os dois ocupantes do veículo, de 27 e 28 anos, que ficaram levemente feridos.
Mais tarde, além do incêndio no Monte do Templo, judeus e palestinos entraram em confronto na Cidade Velha e perto do Portão de Damasco.
Mais de 337 palestinos ficaram feridos nos confrontos da manhã de segunda-feira, incluindo médicos do Crescente Vermelho que chegaram ao local para tratar dos feridos. Segundo a organização, pelo menos sete pessoas estão em estado grave. Cerca de 21 policiais ficaram feridos em meio aos confrontos, disse a mídia israelense.
O Hospital Universitário Hadassah Ein Kerem disse que estava tratando cinco pessoas que ficaram levemente feridas, incluindo uma menina israelense de sete meses que foi atingida por uma pedra.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostrou um manifestante na cidade de Lod, substituindo uma bandeira israelense por uma palestina, em um poste de luz.
לוד: הסרת דגל ישראל ותליית דגל פלסטין לקולות ההמון. כשתיאור המקום הוא: "לוד-פלסטין". pic.twitter.com/A2nFtMaELs
— אור רביד | Or Ravid (@OrRavid) May 10, 2021
Os confrontos e protestos foram desencadeados nas últimas semanas, quando os palestinos expressaram indignação com o despejo de várias famílias do bairro Sheikh Jarrah em Jerusalém Oriental.
Grupos terroristas na Faixa de Gaza também lançaram mais de 160 foguetes e balões explosivos e incendiários em direção ao sul de Israel na segunda-feira, noite adentro.
Os grupos terroristas palestinos ameaçaram Israel e pediram uma “mobilização geral” em Jerusalém, na Cisjordânia e nas comunidades árabe-israelenses.