29 cristãos são torturados por extremistas hindus, após se recusarem a negar sua fé

Os ataques ocorreram após os cristãos terem se recusado a participar de um 'ritual de conversão' ao hinduísmo, onde teriam que negar o nome de Cristo. Além de terem sido torturados e espancados, suas casas foram invadidas e seus pertences, destruídos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quarta-feira, 8 de junho de 2016 às 12:42
Estudantes escutam discurso de líder cristão, durante protesto em Calcutá, Índia (Foto: Reuters)
Estudantes escutam discurso de líder cristão, durante protesto em Calcutá, Índia (Foto: Reuters)

Extremistas hindus espancaram e torturaram 29 cristãos que se recusaram a negar a sua fé em Cristo, na aldeia de Katholi na Índia, segundo relatórios.

A agência 'The Express' informou nesta terça-feira que os radicais também destruíram várias casas de cristãos e forçaram dezenas deles a fugirem da aldeia.

Os extremistas hindus aparentemente realizaram rituais destinados a 'converter' os cristãos ao hinduísmo. Após os cristãos - incluindo homens mulheres e crianças - se recusarem a participar da cerimônia, no entanto, eles foram espancados e torturados.

O grupo de vigilância da Missão Internacional Portas Abertas informou: "Os moradores acusaram os cristãos, dizendo: 'Por causa de vocês, os nossos deuses e deusas fogem da nossa aldeia'. Quando eles se recusaram a abandonar Cristo, os hindus começaram a atacá-los. Além de espancá-los, o grupo foi até as casas dos cristãos e jogou fora todos os seus pertences".


Negligência
O número de cristãos têm vindo a crescer na Índia, o que levou a numerosos ataques de radicais hindus em várias cidades e vilas de todo o país.

Em maio, uma multidão de cerca de 500 extremistas atacaram uma igreja protestante em Jabat, em Madhya Pradesh, com os radicais atirando pedras contra os cristãos, acusando-os de supostamente terem danificado uma bandeira nacionalista fora da igreja.

"Ativistas do RSS [Rashtriya Swayamsevak Sangh, o grupo Hindu ultra-nacionalista paramilitar], do BJP e do Bajrang Dal [ala jovem do grupo nacionalista 'Vishwa Hindu Parishad'] liderado pelo ex-chefe do distrito, atiraram pedras contra membros da comunidade, atacaram as nossas mulheres e quebraram as lâmpadas da igreja", disse o pastor Emmanuel Ariel.

Ele acrescentou que "tudo isso aconteceu diante dos olhos dos policiais, que estavam presentes e assistiram a tudo como espectadores silenciosos".

Grupos de direitos humanos pediram ao governo que intensifique a sua proteção aos cristãos e outras minorias religiosas, embora a polícia muitas vezes seja acusada ​​de não fazer o suficiente para ajudar as vítimas e recusar-se a punir os culpados.

A polícia de Katholi teria ordenado aos radicais hindus que não proseguissem com o ataque mais recente, mas os cristãos na aldeia continuaram a ser ameaçados, mesmo após o incidente de tortura.

Famílias que retornaram quatro dias mais tarde para checar a gravidade dos danos em suas casas destruídas foram novamente expulsas pelos aldeões hostis que fizeram ameaças de morte.

"As autoridades pediram-lhes para voltar e disseram que iriam resolver o problema, mas eles voltaram e foram cercados. Os aldeões estavam fazendo ameaças de morte e eles [cristãos] foram forçados a sair de novo", acrescentou a Portas Abertas.

"A perseguição dos cristãos na Índia, infelizmente está aumentando. Extremistas hindus têm atacado os cristãos mais frequentemente e mais violentamente. Isso está acontecendo em toda a Índia e aumentou em 34% desde 2013. Os cristãos também estão sendo impedidos de obter determinados postos de trabalho, de comprar terras em determinadas áreas e até mesmo a distribuição literatura cristã pode levar à prisão em cidades como Déli", observou a Missão.

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