Extremistas hindus espancaram e torturaram 29 cristãos que se recusaram a negar a sua fé em Cristo, na aldeia de Katholi na Índia, segundo relatórios.
A agência 'The Express' informou nesta terça-feira que os radicais também destruíram várias casas de cristãos e forçaram dezenas deles a fugirem da aldeia.
Os extremistas hindus aparentemente realizaram rituais destinados a 'converter' os cristãos ao hinduísmo. Após os cristãos - incluindo homens mulheres e crianças - se recusarem a participar da cerimônia, no entanto, eles foram espancados e torturados.
O grupo de vigilância da Missão Internacional Portas Abertas informou: "Os moradores acusaram os cristãos, dizendo: 'Por causa de vocês, os nossos deuses e deusas fogem da nossa aldeia'. Quando eles se recusaram a abandonar Cristo, os hindus começaram a atacá-los. Além de espancá-los, o grupo foi até as casas dos cristãos e jogou fora todos os seus pertences".
Negligência
O número de cristãos têm vindo a crescer na Índia, o que levou a numerosos ataques de radicais hindus em várias cidades e vilas de todo o país.
Em maio, uma multidão de cerca de 500 extremistas atacaram uma igreja protestante em Jabat, em Madhya Pradesh, com os radicais atirando pedras contra os cristãos, acusando-os de supostamente terem danificado uma bandeira nacionalista fora da igreja.
"Ativistas do RSS [Rashtriya Swayamsevak Sangh, o grupo Hindu ultra-nacionalista paramilitar], do BJP e do Bajrang Dal [ala jovem do grupo nacionalista 'Vishwa Hindu Parishad'] liderado pelo ex-chefe do distrito, atiraram pedras contra membros da comunidade, atacaram as nossas mulheres e quebraram as lâmpadas da igreja", disse o pastor Emmanuel Ariel.
Ele acrescentou que "tudo isso aconteceu diante dos olhos dos policiais, que estavam presentes e assistiram a tudo como espectadores silenciosos".
Grupos de direitos humanos pediram ao governo que intensifique a sua proteção aos cristãos e outras minorias religiosas, embora a polícia muitas vezes seja acusada de não fazer o suficiente para ajudar as vítimas e recusar-se a punir os culpados.
A polícia de Katholi teria ordenado aos radicais hindus que não proseguissem com o ataque mais recente, mas os cristãos na aldeia continuaram a ser ameaçados, mesmo após o incidente de tortura.
Famílias que retornaram quatro dias mais tarde para checar a gravidade dos danos em suas casas destruídas foram novamente expulsas pelos aldeões hostis que fizeram ameaças de morte.
"As autoridades pediram-lhes para voltar e disseram que iriam resolver o problema, mas eles voltaram e foram cercados. Os aldeões estavam fazendo ameaças de morte e eles [cristãos] foram forçados a sair de novo", acrescentou a Portas Abertas.
"A perseguição dos cristãos na Índia, infelizmente está aumentando. Extremistas hindus têm atacado os cristãos mais frequentemente e mais violentamente. Isso está acontecendo em toda a Índia e aumentou em 34% desde 2013. Os cristãos também estão sendo impedidos de obter determinados postos de trabalho, de comprar terras em determinadas áreas e até mesmo a distribuição literatura cristã pode levar à prisão em cidades como Déli", observou a Missão.