Complexo de médicos missionários é atacado por gangue no Haiti

Dez bandidos armados tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond, mas os seguranças do local conseguiram dispersar o grupo.

Fonte: Guiame, com informações de Baptist PressAtualizado: segunda-feira, 25 de março de 2024 às 13:10
Dez bandidos armados tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond. (Foto: Facebook/LiveBeyond).
Dez bandidos armados tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond. (Foto: Facebook/LiveBeyond).

Um complexo médico de uma missão foi atacada por homens armados no Haiti, em meio a escalada de violência de gangues no país caribenho.

Na última quinta-feira (21), cerca de 10 criminosos tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond, localizado a cerca de 32 quilômetros da capital Porto Príncipe.

Felizmente, a segurança da missão conseguiu defender o complexo e dispersar os bandidos. 

“Nosso pessoal da segurança repeliu o ataque, então ninguém ficou ferido. É um perigo constante”, relatou Vanderpool, médico cofundador da LiveBeyond, em entrevista ao Baptista Press.

“Foram só oito ou dez caras que vieram e começaram a atirar no portão, tentando entrar, que conseguimos repelir. Então isso não se tornou um problema”.

Segundo o médico, os criminosos provavelmente planejavam roubar comida e suprimentos para vender, e sequestrar os missionários em troca de resgate. 

Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021, o Haiti vive um caos, com a capital tomada por gangues.


Dez bandidos armados tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond. (Foto: Facebook/LiveBeyond).

Haiti controlado por gangues

Nas últimas semanas, os haitianos têm enfrentado uma agitação civil e uma onda de violência, após gangues armadas invadirem duas prisões e libertarem quase 4 mil presos no início de março.

Estima-se que os criminosos já controlam 80% da capital e o governo decretou estado de emergência na cidade, conforme o PBS News Hour.

De acordo com um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional, divulgado em fevereiro, as gangues haitianas são abastecidas com armamento estilo militar e ganham 25 milhões de dólares ao ano através de resgate de sequestros.

A organização ainda mostrou que há evidências de que gangues estão matando pessoas para traficar seus órgãos, deixando os cadáveres nas ruas.

O controle de grupos armados também têm dificultado o trabalho diário da igreja e de missões no país. Nos últimos anos, missionários estrangeiros e líderes locais se tornaram alvos de sequestros.

Servindo os mais vulneráveis


Escola da missão. (Foto: Facebook/LiveBeyond).

“É um dos lugares mais perigosos do mundo neste momento. Isso realmente exige algum tipo de intervenção. Tem que haver alguma intervenção internacional”, ressaltou Vanderpoool.

“Defendemos os pobres e as pessoas a quem servimos que são os mais vulneráveis e são eles que sofrem mais”, acrescentou o líder.

O ministério LiveBeyond oferece atendimento médico em seu hospital aos mais pobres no Haiti. A missão também tem uma escola e uma igreja que servem à população. 

No complexo, trabalha uma equipe de 120 funcionários, atendendo 20 mil pacientes por mês, ultrapassando sua capacidade máxima.

Vanderpool pediu que os cristãos em todo mundo orem pela situação do Haiti. “Queremos realmente que as pessoas orem, porque o povo do Haiti está sob uma enorme pressão. Mil civis morreram em janeiro”, disse ele.

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