Um cristão de 56 anos foi condenado à prisão perpétua no Paquistão, após uma longa batalha judicial para inocentá-lo de uma falsa acusação de blasfêmia.
De acordo com a Morning Star News, Fanson Shahid recebeu a sentença do Tribunal de Sessões Adicionais do distrito de Gujranwala no dia 24 de janeiro. Mas a família do cristão só divulgou o resultado agora.
“Estávamos orando pela absolvição de Shahid porque ele é inocente, mas o veredito destruiu nossas esperanças de justiça”, lamentou sua irmã, Sonia Shahid, ao Morning Star News.
Além da família, membros da igreja de Fanson, a Full Gospel Assemblies, ficaram chocados com a sentença.
Telefone roubado
Em 2022, Shahid foi acusado de postar um comentário depreciativo sobre o profeta do Islã, Maomé, em uma postagem compartilhada por outro cristão no Facebook.
Entretanto, o comentário foi feito através do telefone de Fanson, que havia sido roubado dois anos antes.
“Acreditamos que o telefone perdido foi usado indevidamente por alguém para postar o comentário blasfemo, porque meu marido não tinha senha e sua conta do Facebook estava conectada”, afirmou sua esposa Safia Shahid.
Na época, o cristão foi espancado em sua casa em Lahore e levado preso. Na prisão, ele foi torturado para confessar o falso crime. Shahid trabalhava como oficial de compras na Pakistan Railways e deveria se aposentar em oito anos.
Em janeiro, o juiz Zafar Yab Chadhar, do Tribunal de Sessões Adicionais, condenou Shahid por diversos crimes contra o islã, incluindo blasfêmia e promoção do ódio religioso nas redes sociais. O cristão ainda recebeu uma multa de 50 mil rúpias (179 dólares).
Segundo o advogado cristão Lazar Allah Rakha, o resultado da batalha judicial mostrou que o tribunal desconsiderou os argumentos da defesa.
“Existem contradições flagrantes nas declarações das testemunhas de acusação que desacreditam todas as provas da acusação. O tribunal confiou cegamente nas provas da acusação em vez de ver as versões da acusação e da defesa”, afirmou Lazar.
A família do cristão perseguido estava lutando para entrar com recurso no Tribunal Superior de Lahore, mas ainda não havia encontrado um representação legal capaz.
O Paquistão ficou em sétimo lugar na lista mundial de observação da missão Portas Abertas de 2024 dos lugares mais difíceis para ser cristão.