Cristãos na China ultrapassam número de membros do Partido Comunista

Temendo esse crescimento, o Partido Comunista da China doutrina as crianças, dizendo que o cristianismo é um 'culto maligno'.

Fonte: Guiame, com informações da CBN NewsAtualizado: sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021 às 13:05
No ano em que comemora 1 século, Partido Comunista Chinês registra menos membros do que número de cristãos. (Foto: Reprodução / Epoch Times)
No ano em que comemora 1 século, Partido Comunista Chinês registra menos membros do que número de cristãos. (Foto: Reprodução / Epoch Times)

O crescimento do cristianismo na China tem assustado o regime comunista daquele país. Entre diversas ações para inibir esse aumento – que acontece em meio a severas perseguições e violações de direitos humanos –, o Partido Comunista está doutrinando crianças para garantir que elas adorem o governante comunista Xi Jinping, em vez de Deus.

Em junho próximo, o Partido Comunista Chinês (PCC) completará 100 anos. Fundado em 1921, o atual secretário geral do partido é o presidente do país, Xi Jinping. Dados de 2020 revelam que o PCC tem cerca de 91 milhões de membros.

De acordo com a Portas Abertas, os cristãos na China são 96,7 milhões, já superior aos membros do partido único.

Segundo a revista The Economist, o número de cristãos na China continua crescendo.

Igrejas subterrâneas

A indícios de que até 22 milhões de protestantes chineses adoram em igrejas “subterrâneas” não registradas, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Notre Dame, diz a reportagem da Economist.

Devido à perseguição, chineses frequentam igrejas domésticas ou subterrâneas. (Foto: Reprodução / Portas Abertas)

Como a China também tem 10 milhões a 12 milhões de católicos, há mais cristãos na China hoje do que na França (38 milhões) ou na Alemanha (43 milhões), afirma a publicação inglesa.

Em entrevista exclusiva ao Guiame, o secretário-geral da Portas Abertas no Brasil, Marco Cruz, disse que “a igreja ameaça o poder do governo comunista”, razão pela qual tem crescido a perseguição na China.

Esse temor tem feito com que as autoridades chineses se utilizem de diversos artifícios para reprimir as religiões no país, entre as quais o cristianismo, cujos líderes e membros têm sido presos e, em muitos casos, torturados.

O comunismo e as crianças

Um dos focos das ações anticristãs são as crianças, que têm sido ensinadas a odiar Deus.

Como o Faithwire da CBN relatou, de acordo com os Regulamentos do regime sobre Assuntos Religiosos, crianças em idade escolar foram treinadas durante anos para denunciar qualquer membro da família que defenda pontos de vista cristãos.

Agora, o Epoch Times relata que o Partido Comunista Chinês (PCC) está escalando seus esforços para "preparar" os jovens na China para ter as "ideias e pensamentos certos" ancorados no ateísmo.

Uma mãe cristã disse que seu filho parecia estar agindo de maneira diferente depois de ir à escola.

"Antes de começar a escola, contei ao meu filho sobre a criação de Deus e ele acreditou. Mas depois de ser ensinado na escola, meu filho é como uma pessoa diferente. Na China ateísta, essas crianças puras e inocentes foram ensinadas a odiar a Deus."

Em um caso, uma criança encontrou um livreto cristão em sua casa e ficou ansiosa porque sua professora advertiu que "o cristianismo é um Xie jiao" ou "culto do mal".

As crianças recebem um livro chamado "Moralidade e Sociedade", que fala mais sobre Xie jiao.

Sinicização

"Sinicização" é um termo que significa que todas as religiões devem refletir a cultura e tradições chinesas, conforme definido pelo governo. O artigo 5 também diz que as organizações religiosas devem "incorporar os valores centrais do comunismo".

Xi ordenou que todas as religiões devem "sinicizar" para ver se são leais ao partido oficialmente ateísta.

Um calendário religioso foi removido de uma casa cristã e substituído por um cartaz com as palavras: "Seja grato ao Partido, obedeça e siga o Partido".

Alguns dos ataques anticristãos foram mais públicos. Por exemplo, centenas de cruzes foram removidas dos edifícios da igreja em apenas uma província durante um período de quatro meses.

"Como as cruzes estão sendo removidas em todo o país, aqueles que se recusarem a cooperar serão acusados ​​de se opor ao Partido Comunista", disse um cristão. "Somos pressionados a desistir de nossa fé, mas vamos perseverar."

E câmeras de vigilância já foram instaladas dentro de igrejas. Os cultos de adoração só podem ser dirigidos por pastores aprovados pelo governo e as finanças da igreja são controladas pelo governo.

A China está classificada em 17º lugar na Lista de Vigilância Mundial de 2021 da Portas Abertas de países onde os cristãos sofrem mais perseguição.

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