Em um domingo de novembro, moradores de uma aldeia no distrito de Lalmonirhat, em Bangladesh, se indignaram ao descobrirem que dois pastores faziam reunião para ensinar princípios cristãos a muçulmanos.
Antes que a multidão causasse qualquer dano aos cristãos, a polícia interveio e prendeu 45 pessoas. Todos foram libertados perto das 10h da noite, exceto os dois pastores.
Embora a Constituição do país garanta a liberdade religiosa, cristãos frequentemente são vítimas de discriminação e perseguição por grupos extremistas. Líderes islâmicos locais acusaram os pastores de inflamar os sentimentos do muçulmanos tentaando convertê-los ao cristianismo.
Um dos pastores foi identificado como um ministro estrangeiro e o outro é conhecido por liderar uma igreja local de 30 pessoas. Os dois são casados, e um deles tem duas filhas pequenas.
"A maior parte da polícia e da administração aqui [em Bangladesh] é composta por muçulmanos. lguns respeitam as demais minorias, mas não são muitos. Este é um país secular, mas, na prática, não vemos muito disso. Todo mundo tem o direito de pregar e escolher sua própria religião. A polícia e as autoridades sabem disso, mas, mesmo assim, situações como essa [da prisão dos pastores] têm acontecido", disse um líder de igreja da região.
O pedido inicial de liberdade sob fiança foi negado aos pastores porque líderes islâmicos podem estar pressionando as autoridades para mantê-los presos.
"Os fundamentalistas estão muito irritados", disse o líder da igreja à World Watch Monitor. "Eles pensaram que conceder a fiança seria um problema e uma maneira fácil de colocá-los em liberdade."
Em uma audiência no tribunal no dia 16 de novembro, o advogado recorreu da decisão do juiz para não pagar a fiança. Seu pedido foi concedido em 18 de novembro. Os pastores estão agora à espera de julgamento para enfrentar as acusações apresentadas pelos imãs.
com informações da Portas Abertas