No 3º Congresso de Lausanne na Cidade do Cabo, realizado em 2010, o Movimento de Lausanne chamou atenção à Seção em que cita o que tem por base para o relacionamento dos cristãos com os muçulmanos e o islamismo.
"Em nome do Deus da verdade, nós (i) nos recusamos a promover mentiras e caricaturas de outras religiões e (ii) denunciamos o preconceito, o ódio e o medo racista incitados na mídia popular e na retórica política e resistimos a eles (...) Em nome do Deus da paz, rejeitamos o caminho da violência e da vingança em todas as nossas relações com pessoas de outras crenças, mesmo quando atacados com violência", dizem alguns trechos do documento.
O Movimento ainda tem um documento que permite uma visão mais clara a respeito da missão cristã no mundo do islã, trata-se da Declaração de Lausanne Sobre Nossa Interação Com Muçulmanos.
Na primeira parte da declaração, a preocupação é ajudar na compreensão dos pontos de vista em comum entre as duas crenças e compreender as diferenças entre elas. E diversos pontos são citados, como por exemplo: "Embora cristãos e muçulmanos concordem que Deus é misericordioso e perdoador, diferimos em nosso entendimento de como o perdão divino é demonstrado e comunicado".
O segundo ponto tratado no documento são posicionamentos para os próximos anos no relacionamento dos cristãos com muçulmanos. Motivar e mobilizar igrejas; Demonstrar pertencimento ao Corpo de Cristo; Reconhecer a impotância das questões sociais e políticas; Trabalhar por justiça e reconciliação; Discernir questões éticas na missão e no discipulado; Encorajar reflexão bíblica e teológica mais profunda; Empenhar-se no diálogo com os muçulmanos; entre outros, são listados.
"Na maior parte das situações em que cristãos e muçulmanos vivem lado a lado, há questões sociais e políticas que afetam ambas as comunidades. Certas reações cristãs a algumas delas têm criado uma grande pedra de tropeço na mente dos muçulmanos, tornando-os, com frequência, resistentes ao Evangelho. Os cristãos precisam estar dispostos a dar ouvidos às percepções que os muçulmanos têm dessas questões e saber como tratar com os muçulmanos ao se relacionarem com eles", destaca o Movimento, usando como exemplo o conflito israelo-palestino.
No tópico que trata de trabalhar por justiça e reconciliação, a Declaração lembra que os cristãos têm levantado a voz em questões de liberdade religiosa e da perseguição que sofrem em países de maioria muçulmana, mas frisa que também é preciso que os cristãos devem ser insistentes na defesa dos direitos dos muçulmanos, além de pontuar que há questões em que os dois podem trabalhar em conjunto.
Sobre o trabalho missionário nessa área, o Movimento Lausanne frisa que algumas atitudes devem ser bem examinadas. "Críticas por parte dos muçulmanos e do mundo secular contra o modo de algumas obras humanitárias serem usadas por cristãos para induzir à conversão devem ser examinadas com cuidado, tornando-nos muito mais atentos a questões morais envolvidas no nosso jeito de cumprirmos nossa missão. Nesse ministério precisamos ouvir e compreender as perspectivas islâmicas, de modo que nossos relacionamentos com a comunidade muçulmana possam não só ser baseados em princípios bíblicos, como também ser culturalmente apropriados e contextualmente relevantes."
Diversos outros pontos são tratados e esclarecidos na Declaração. Para ler a publicação completa, acesse www.ultimato.com.br